Muito separa Coldplay actual do
que aquele que passou por Paredes de Coura em 2000. Dificilmente quem gostou de
Parachutes, A Rush Of Blood To The Head ou mesmo X & Y vai gostar de Ghost
Stories mas a vida continua e sem dúvida que os Coldplay também. Ghost Stories
continua o afastamento do rock de Shiver, Politik ou God Put A Smile Upon Your Face ao mesmo tempo que se afasta (e MUITO) do animado Mylo Xyloto.
Reconhecendo que a fase rock está
mais que enterrada, Ghost Stories sofre de um problema transversal a todo o
álbum, salvo saudosas excepções, Midnight e Ghost Stories (disponível apenas na
versão Deluxe), que se apresenta também como um imenso risco. É inteiramente
dedicado à perda de um amor, seja na letra ou na melodia que a acompanha, todas
as músicas remetem para uma perda inesperada e recordações amorosas. É
impossível não fazer a ligação entre o disco e o recente divórcio do vocalista
Chris Martin com a actriz Gwyneth Paltrow.
Outra
questão interessante, e que apenas poderá ser respondida aquando uma digressão
será o espetáculo ao vivo. Aquela que foi para muitos a melhor banda ao vivo
durante o tempo da digressão de Mylo Xyloto terá de puxar pelos galões para
conseguir semelhante proeza com Ghost Stories. Com um disco melancólico na
bagagem, dependeram os concertos dos clássicos ou assistiremos a uma nova
surpresa?
Seja como for, e esperando como
fã que este álbum seja apenas uma transição para algo melhor, existem músicas
que têm toda a capacidade para se tornarem clássicos como Ink ou A Sky Full Of Stars.
Tal como em tudo, haverá quem
ache este álbum bom e quem ache o álbum mau, principalmente os menos adeptos de
música lamecha (no bom sentido do termo). Contudo, faltando um cabeça de cartaz
para o Optimus Alive e, caso seja Coldplay, será principalmente os clássicos ou
a curiosidade de como este álbum é apresentado que guiará as pessoas ao
concerto.
Gonçalo Matos

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