quarta-feira, 30 de abril de 2014

Elvis Presley: O Rei do Rock N' Roll

  O que têm John Lennon(The Beatles) e Jim Morrison(The Doors) em comum? O seu ídolo de juventude e que os levou a quererem ser músicos idênticos à personalidade da qual falo hoje. Foi actor mas não o teria sido se não tivesse começado na música. Os anos 50 foram seus e de mais ninguém e portanto não podiamos passar sem fazer uma homenagem ao Rei do Rock. Esta semana, ouvidos bem abertos para: Elvis Presley.
  Elvis nasceu e cresceu no Memphis e foi numa pequena editora da sua terra, a Sun Records, onde gravou temas como "Blue Moon of Kentucky"e "That's Allright Mama", começando a ter sucesso primeiro a nível local e posteriormente a nível nacional e mundial.
  Depois de conhecer Tom Parker(manager que impulsionou ainda mais Elvis no "show business" até ao fim dos seus dias), Elvis começa a gravar em New York e eis que é gravado "Heartbreak Hotel" que bate o valor recorde de 1 milhão de cópias! Tem início a febre "Elvis" e as típicas imagens das raparigas aos gritos que vemos a preto e branco aparecem realmente.
  Elvis lança grande êxitos como "Hound Dog", "Don't Be Cruel", "Love me Tender", "All Shook up", "Teddy Bear", "Jailhouse Rock", "It's Now Or Never", "Can´t Help Falling In Love", "Surrender", "Crying In The Chapel", "Mystery Train", "In The Ghetto" e "Suspicious Minds".
  Em 1962 Elvis é obrigado a cumprir serviço militar, estando longe do estúdio e da maior parte do público, sendo nesta época que também se começa a tornar dependente de vários tipos de comprimidos, que culminaram com na sua morte em 1977.
 
 Fica a nossa homenagem ao grande Rei do Rock, sendo que foi graças a ele que assistimos a uma completa viragem a partir dos anos 50, sendo por isso o motivo pelo qual tivemos tão boa música nas décadas seguintes! "Elvis has left the building"!

Bernardo Mascarenhas

terça-feira, 29 de abril de 2014

DOPE D.O.D - Um Hip Hop em ritmo Dubstep



Eu falo do que oiço, e o que tenho ouvido muito são vertentes de Hip-Hop, perdoem, por favor. Venho vos falar agora de um grupo bastante peculiar, de nome DOPE D.O.D! Hip-Hop está na raiz a 50% como musica electrónica arraçada de Dubstep, estranho não é? Muito estranho, respondo. Não estava À espera quando em 2012/2013 ouvi a primeira música destes “meninos”, a “What Happened?”, gostei bastante de início, algo diferente, fui logo a favor e pesquisei por mais.
  Mas vamos a ver, quem são os DOPE D.O.D? Três seres humanos, dois de origem holandesa, mais propriamente de Groningen, mais precisamente Skits Vicious e Dopey Rotten, e o terceiro elemento Jay Reapper de origem inglesa, pouco mais se sabe da vida pessoal destes três rapazes, apenas acrescento os penteados destes senhores, especialmente de Skits Vicious, vão ver, é estranhíssimo (algo recorrente no trabalho do colectivo). Sabe-se, que no colectivo DOPE D.O.D tiveram uma ajudinha ao subir à ribalta de bandas como Korn e Limp Bizkit (visível no seu single “Gatekeepers”, 
Começaram com Branded em 2011, antes disso editaram um pequeno EP, ou melhor EVIL EP. Da Roach, foi o que se seguiu e antecede o novo álbum, que está quase a sair, MasterXploder, com algumas musicas desvendadas.
                Têm uma aura à volta da música que fazem quase misteriosa, sinistra, e às vezes a pedir um filme estilo thriller para acompanhar, mas sempre com a vivacidade de uma “ajudinha electrónica” nos seus instrumentais.
 A meu bom ver, creio que o melhor a fazer é ouvir o single que começou esta aventura para o trio holandês/inglês, “What Happened” , ouçam também a” Rocket” é também um gancho mesmo no queixo, boa música, cheia de energia, e se calhar finalizo com um featuring que os DOPE fizeram com um rapper italiano, Salmo, que vale a pena ver também, de nome “Blood Shake” ( atenção, agressiva por natureza esta bomba sonora).



Francisco Andrade

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Skills & The Bunny Crew e Um Corpo Estranho

Este é um espaço onde vão poder conhecer jovens bandas nacionais com muito talento e que procuram afirmar-se no panorama musical português. Podem cantar em português, em inglês ou até ambos, aqui o que interessa é o seu potencial. Nesta primeira edição dou-vos a conhecer os Skills & The Bunny Crew e os Um Corpo Estranho.
Skills & The Bunny Crew
Os Skills & The Bunny Crew cantam na língua que é de todos nós embora o nome possa indiciar o contrário. São quatro elementos e vêm de Lisboa, Almada e Póvoa de Santa Iria. Tudo começou em 2008 quando Skills, Pedro Mourato, José Garcia e Tropa se juntaram e decidiram criar uma banda.
Cinco anos de trabalho intenso deram origem ao álbum de estreia, intitulado “Musa de Guerra”, que chegou recentemente às bancas. Podemos dizer que ao longo das dez faixas deste primeiro álbum navegam por diversos estilos musicais, nomeadamente o funk, o soul, o pop e até algum rap. É impossível não notar a importância das letras assim como a mestria com que foram concebidas. Este é um álbum marcado por duas faces: uma doce e suave, a outra mais dura e agressiva.
São frequentemente comparados aos Da Weasel e compreende-se porquê. Ainda agora foi editado o álbum de estreia e já nós ansiamos por mais e melhores faixas. Skills, o vocalista, exala carisma por todos os poros e promete ser uma das grandes revelações da música nacional.
Aconselha-se vivamente a audição de “Rosa de Espinhos”, “Grita por mim”, “Como tudo começou” e “Principio do nada”.

Um Corpo Estranho
O outro destaque desta primeira edição são os Um Corpo Estranho. Vêm de Setúbal, são compostos por João Mota e Pedro Franco e nasceram em 2012. Assumem que o rock, os blues, o tango e o fado são algumas das suas inspirações musicais o que só podia dar uma grande mistura!
Já editaram três EP’s: “Um Corpo Estranho” (de 2012), “Homem Almofada” (de 2013) e “De não ter tempo” (de 2014). Chegaram há pouco tempo mas claramente vieram para ficar. O talento está lá por isso mantendo o trabalho árduo, e tendo alguma sorte pelo caminho, certamente que chegarão ao estrelato.
É obrigatório ouvirem “Amor em contramão”, “Auto-coação”, “No fim tudoestá bem” e “Bicho escondido”. Esta é uma daquelas bandas que vai certamente povoar a sua playlist e à qual é fácil augurar um futuro brilhante. 


Bruno Neves

terça-feira, 22 de abril de 2014

SBTRKT - Um ansiado reencontro



Esta semana dei comigo a pensar sobre o que haveria de escrever. Existe sempre uma banda nova pronta a ser descoberta, e milhares de outras sobre as quais escrever claro, mas queria fazer algo diferente. Assim, escrevo algo mais pequeno que o habitual mas também mais pessoal. Escrevo sobre Sbtrkt
                Lembra-se da nova vaga inglesa? Este é talvez um dos primeiros projectos da mesma. Um projecto de música electrónica do Dj Aaron Jerome, ao vivo em colaboração com Sampha (outro grande nome dessa vaga), ficou Sbtrkt porque, segundo Aaron, permitia-lhe manter o anonimato, subtrair-se a pessoa da música. Ainda dentro do conceito de anonimato, os Sbtrkt actuam com máscaras de cerimónia tribais.
                Em relação à música, após uma série de remixs (de artistas como M.I.A e Radiohead, por exemplo) lançam o 1º álbum e único até agora, homónimo, em 2011. Com uma forte presença de sintetizadores, samples e efeitos, aliado à voz de Sampha (Hold on) ou Jessie Ware (Right Thing To Do), trouxe algo de novo à cena musical. Pessoalmente, um dos cd’s que mais tempo passei a ouvir nesse ano e sem dúvida um dos melhores, conseguindo juntar a tudo o que foi dito anteriormente uma letra bem mais significativa do que costuma acontecer no género. Em 2012 passaram pelo palco secundário do Optimus Alive (no dia de Radiohead) num concerto tão bom como menosprezado ou mesmo ignorado.
                Apesar de já terem passado três anos desde o último álbum, não se conhecem planos para o lançamento de um novo. Já este ano lançaram o EP Transitions que pode ser escutado no site da banda. A génese mantêm-se com todos os efeitos, sintetizadores e batidas certas, mas tira-se aquilo que provavelmente de melhor e inovador tinha o álbum, as vozes e consequentemente a letra. Talvez seja mesmo uma transição e o futuro dos SBTRKT passe por isto, como fã do primeiro disco, apesar de excelente em qualidade e de reconhecível a marca, acho que se perde a diferenciação.
                Tendo já presença garantida em Portugal, novamente no Optimus Alive, e sendo lhes reconhecida a sua capacidade nas atuações ao vivo, é esperar para ver se os tribais vão mostrar a sua faceta antiga ou a sua transição para o que se espera um futuro mais reconhecido.

Sugestões (para além das músicas referenciadas), apesar de recomendar o disco na sua totalidade, principalmente para quem gosta do estilo:


Gonçalo Matos

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Asher Roth - O barba ruiva do Hip hop


Adoro a faculdade, adoro estudar, já dizia Asher Roth no seu hit mais conhecido “I Love College”, que data de 2009. É sobre este artista que vos venho falar, Asher Roth.
 É outro rapper americano, de Pensilvânia, podemo-lo chamar de rapaz estudioso, mas que tem algo de especial em si (ou secalhar sou eu que não tenho algo bem em mim). Por onde começar…tem cabelo comprido, cada vez mais para ser honesto, é “branquelas”, chamo-o o Eminem hippie, se escutarem algumas músicas dele, logo entendem o porquê de lhe chamar tal coisa. Agora do que ele faz pela música, posso dizer que é um hip-hop muito localizado, muito seu, com batidas que, tranquilamente, chamaria de refrescantes.
 Partilha algumas musicas com um bom produtor que gosto bastante, Chuck Inglish (bom beatmaker também), fala, no inicio da sua carreira como rapper, de temáticas mais “marotas”, individuas do sexo feminino, embriaguez, e posses monetárias, mas creio que no fundo, é boa pessoa.
 À medida que vemos o tempo passar, vemos Asher Paul Roth a “acordar” para temáticas mais relevantes (exemplo perfeito é a sua musica de nome G.R.I.N.D, comparo-a à música de Ice Cube- It’s a Good Day, logo percebem!
A evolução de Asher Roth torna-o quase bipolar, de músicas de freshman, a músicas mais, diria, underground como In The Kitchen (onde Chuck Inglish está envolvido) com uma batida sonante, potente, repetitiva mas com uma audácia vocabular para mim extraordinária, para músicas menos elaboradas como Apple & Bananas, uma música engraçada, alegre, com vida, simples (a song to sing along… see what I did there?) até músicas mais do estilo “diss” (mandar bocas, algo típico neste mundo) como a Lark On My Go-Kart.  Ah! Esqueci-me, muitas músicas dele excedem-se em bons samples e uma vibe jazzy! Isto acontece até certo ponto que Asher lança uma música chamada Tangerine Girl, muito retro, alias, fáz a ponte para o seu próximo álbum intitulado RetroHash…dá para perceber o que vai sair daqui (deixo aqui o link https://www.youtube.com/watch?v=wKX5_c3PpY4 “hádem” de gostar), estamos na zona de impacto de um álbum bastante universal devido à temática retro fundida com o hip-hop característico de Asher Roth, estou honestamente à espera de algo ao nível de Childish Gambino, em termos de sonoridade, com os acréscimos de Asher.
 Se estão a duvidar do sucesso deste menino, digo-vos, fez dueto com Busta Rhymes, alguém consagrado no mundo “hiphopeano”, Akon, Kerri Hilson, Cee Lo Green, é de confiar, finalizo.


Figura  1 Um senhor do hiphop com belos cabelos ruivos, estranho!


Musicas para ouvir deste senhor serão :
In the Kitchen (
https://www.youtube.com/watch?v=38QU8BnMEWA );
I Love College (
https://www.youtube.com/watch?v=qYx7YG0RsFY );
Rik Smitts (
https://www.youtube.com/watch?v=6rDqf-q9d8Y );
G.R.I.N.D (
https://www.youtube.com/watch?v=zdlkJUU4HtU );
Lark On My Go-Kart (
https://www.youtube.com/watch?v=G1EgjL1ujGM );
Common Knowledge (
https://www.youtube.com/watch?v=VTfrbU74TdE );
Dope Shit (
https://www.youtube.com/watch?v=eeb7YpFhXew ).




PAROU TUDO, falta-me dizer algo que não disse anteriormente….Música. É tudo


Francisco Andrade

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Chet Faker - O contra Australiano

O texto desta semana vai para aquele que, apesar de ainda ser bastante desconhecido, não deixa de ser um dos mais intrigantes e aguardados da edição deste ano do Optimus Alive. Isso mesmo, Chet Faker.
                Nicholas James Murphy, Chet Faker em palco, é um compositor australiano de música eletrónica. O nome de palco, adoptou quando as pessoas julgavam-no por outro Nicholas Murphy também ele artista mas com um estilo completamente diferente. Assim, em tributo ao grande trompetista de jazz Chet Baker, de quem é fã, escolheu Chet Faker.
                Começou por ganhar notoriedade em 2011 com uma cover de No Diggity, da banda de R&B Blackstreet’s. Contudo, foi nos dois anos seguintes que consolidou o seu reconhecimento, colaborando com The Temper Trap e Flume. Este último acabou por, com o seu álbum de estúdio, não só tornar-se um nome a ter em conta na indústria como transformar todos os envolvidos em potenciais estrelas. É aí que entra Chet Faker, que tem uma colaboração maciça no mesmo.
                Todos se questionaram quem era esta voz portentosa e cheia de soul que pautava o ritmo em Drop the game. À medida que o álbum de Flume se tornava num dos melhores do ano, na cena electrónica, a questão ia-se tornando mais relevante. Já depois de anunciada uma extensa tour, onde se inclui Portugal, e do primeiro single Talk is Cheap, saí finalmente o tão esperado álbum. Mas quem é Chet Faker mesmo?
                Caracterizar Chet Faker implica esquecermos um bocado a noção de electrónica que temos. Em Built on Glass, não existem batidas ou ritmos violentos para não “quebrar” o ambiente. Em ritmo quase chillout, apoiado por inúmeros instrumentos, destaca-se o piano e os de sopro (Chet Baker lembram-se?), e a sua voz calma (e que voz…) Chet vai percorrendo tranquilamente o seu caminho até / que divide o álbum (que pormenor delicioso nomear uma música /). Quando ouço esta primeira parte do álbum não posso deixar de recordar o primeiro de Woodkid, sem a opulência instrumental claro. A partir daí, Chet parece abandonar a sua nativa Austrália. O álbum transforma-se em algo mais “citadino”. Os ritmos calmos aceleram, apesar de continuar centrado na voz, mas transforma-se em algo como R&B electrónico. Não é qualquer crítica negativa, bem pelo contrário. É desta parte do álbum que vem aquela que provavelmente é a melhor música Cigarettes &Loneliness (muitas vezes comparada a algo que Alt-J faria). Para terminar o disco, um solo de guitarra em Dead Body simplesmente porque sim (mais um pormenor).
                Pode ser necessária mais do que uma audição para gostar do álbum, e pode acontecer que quem ache piada à primeira parte não goste tanto da segunda (ou vice-versa) mas vão sempre reparar em pormenores em ambas as partes. É a mais valia deste álbum, tudo se articula com perfeição suficiente para se puder incluir pequenas coisas que de outra forma passariam ao lado (ouça-se a trompete em background de Talk is Cheap ou o “tic tic” em Melt). O resto é para descobrir!
                Talvez seja uma abordagem diferente mas ir contra o sistema nem sempre é mau. Para Chet eletrónica é um meio e não o fim. E estamos todos ansiosos por descobrir como isso funciona ao vivo no último dia do Optimus Alive!

Sugestões (para além das músicas referenciadas que incluem um link direcionadas para as mesmas):




Gonçalo Matos




quarta-feira, 16 de abril de 2014

Muse: 7º álbum a caminho, quais as expectativas?

O passado fim-de-semana foi o primeiro de dois do famoso festival Coachella.
Para quem nunca ouviu falar do Coachella é simplesmente o festival onde todas as estrelas de Hollywood (e não só) se juntam anualmente para este grande festival que é composto por 2 fins-de-semana.
Para quem já ouviu falar sabe que as meninas gostam imenso do Coachella por causa dos “outfits” que as estrelas usam, pessoalmente interesso-me também pelos concertos e pelo seu alinhamento. Estava eu portanto, a “estudar” o alinhamento do cartaz este ano e vi que os Muse iam tocar nesse preciso fim-de-semana. Pus-me a pensar que, realmente, há já muito tempo que não ouvia falar dos Muse, muito menos ouvia a sua música há algum tempo. Fui pesquisar então se havia por ventura alguma novidade que me tivesse escapado e não é que havia mesmo? No rescaldo do festival, Dominic Howard (o baterista) disse em entrevista que os Muse se iam enfiar num estúdio e começar a preparar o 7º álbum a partir de Maio (7º Já? What?), porém não deram certezas se, este, seria ainda lançado no final deste ano, mas que provavelmente a data de lançamento seria para o próximo ano. A entrevista é complementada ainda com a possibilidade do estilo do novo álbum vir a romper com as tendências utilizadas no “The Resistance” (2009) e “2nd Law”(2012), aquele estilo mais electrónico (dubstep), sinfónico e orquestral para se voltarem a ligar ao “basics”, penso que seja um ponto positivo... a ver vamos.
Olhando para o seu percurso, tenho que admitir que outrora os Muse já estiveram no meu TOP de bandas favoritas, porém após os últimos dois álbuns essa posição foi descendo gradualmente. Não que tenham perdido qualidade, porque nunca a perderam, sinceramente foi porque fugiram um bocado ao seu estilo inicial tornando-se demasiado comerciais. Eu gostava imenso deles por serem demasiado irreverentes á sua época, de tal maneira que cada música parecia algo vindo de outro Mundo por ser algo tão excêntrico.
Os Muse são aquela banda que são incansáveis em palco, dão concertos fenomenais já para não falar que Matt Bellamy, bem, é um génio da música e da performance como não se vê em muitas bandas, e que diz ser muito influenciado por Jeff Buckley*. 
Formaram-se originalmente em 1994, mas lançaram apenas o seu primeiro albúm de estúdio em 1999 “Showbiz” onde se destacam as músicas “Muscle Museum” e “Sober”. Em 2001 começa o percurso dourado quando lançam o mítico “Origin of Symmetry” ao qual se destacam “Plug in baby”, “Feeling good” e “Space Dementia”. Em 2003 lançam o também excelente álbum “Absolution” onde se destacam “Time is running out”, “Sing for absolution”, “Stockholm Syndrome”  e “Hysteria”. Em 2006, lançam o “Black Holes and Revelations ,onde se destacam “Starlight”, “Supermassive Black Hole”, “Map of the Problematique”,  “Assassin”, “City of delusion” e “Knights of Cydonia”.
Em 2009 sai “The Resistance” que na altura não recebeu muitas críticas boas porque, lá está, começaram a desviar-se do estilo original. Mesmo assim, destaco “Uprising”, “Resistance”, “Guiding Light” e “MK ultra”. E por último (até agora) em 2012 lançam “The 2nd Law” que deixa mesmo um pouco a desejar destacando apenas “Supremacy”, “Panic Station” e “Madness”, ah! Não esquecendo também “Survival” que foi seleccionada como uma das canções dos Jogos Olímpicos de Verão de 2012.
Posto isto, fizemos uma pequena viagem pelo percurso promissor dos Muse, que tal como quase todas as bandas teve um caminho menos bom com os dois últimos álbuns, porém não podemos parar de elogiar os Muse porque são, de facto, uma banda extraordinária e única pela sua irreverência e excentricidade e fica aqui também os votos de sucesso para o novo álbum que se avizinha!


*outro mestre da música, para quem não conhece ou não leu, vejam a crítica por mim lançada há umas semanas.


Genésia Freitas

terça-feira, 15 de abril de 2014

O maior Trio do Grunge: Nirvana

abrir primeiro: http://www.youtube.com/watch?v=50Y8UBKI09k

Fizeram parte do movimento característico dos anos 90, um som rasgado e forte, letras depressivas e fortes, um vocalista e compositor genial acompanhado de outros dois grandes músicos, basicamente, graças a este trio nasceu o Grunge-Rock e banda que vos falo tem este nome: Nirvana.
Liderados por Kurt Cobain na voz e na guitarra, um baterista louco e fantástico chamado Dave Grohl e um baixista com tendência para piadas, Krist Novoselic, os Nirvana foram uma das maiores forças musicais que tiraram o trono às bandas do Glam-Rock no início dos anos 90.
A banda começou, tal como outras bandas do movimento Grunge, a sua actividade no final dos anos 80, onde o público que tinham era extremamente reduzido, porém, tudo mudaria com a entrada na última década do século XX onde a mensagem “Não precisamos de tocar extremamente bem para podermos fazer música” ganhou uma enorme força e os Nirvana provam isso mesmo, pois sejamos sinceros, Kurt não cantava nem tocava assim tão bem, no entanto, isso não o impediu de escrever obras primas que influenciam muitos músicos dos dias de hoje.
Os Nirvana, em 1989 encontravam-se no submundo da música, tinham assinado com a editora SubPop Records com a qual lançaram o seu álbum de estreia - “Bleach”. É um álbum um pouco sombrio, no entanto possui músicas fantásticas que já mostravam a capacidade de escrever que Kurt tinha como nas canções “Blew” ou “About a Girl”(canção escrita para Courtney Love, mulher e mãe da filha de Kurt Cobain, France Cobain).
O álbum passa um pouco despercebido e vende poucas cópias, mas a Geffen Records(Editora de grandes bandas como os Guns N' Roses) apercebe-se do potencial da banda e assina contracto com o trio que apartir deste momento já conta com Dave Grohl na bateria, o que foi claramente um impulso importante.
Em 1991 é lançado o álbum “Nevermind” e os Nirvana alcançam inesperadamente o estrelato absoluto. O primeiro single do disco “Smells Like Teen Spirit” catapultou o disco e as vendas aumentaram imenso sendo considerado um álbum de referencia para muitos ouvintes e sendo considerado o álbum do ano de 1991. Para além de “Smells Like Teen Spirit”, os Nirvana lançaram também outros sucessos com “Nevermind” como “Come as You Are”, “Polly”, “Lithium”, “On a Plain”, “Drain You” e “In Bloom”.
Após o sucesso a nível mundial e apercebendo-se que a mensagem das suas músicas não estava a ser compreendida, Kurt Cobain entra numa depressão que envolveu drogas e álcool que não o impediram de continuar a escrever letras fabulosas.
Em 1993 lançam o álbum “In Utero”, este album diferenciou-se muito do anterior mas possui excelentes músicas que demonstram por um lado os problemas existentes na vida de Kurt mas também um lado afectivo e de toda a alma que punha em todas as suas canções.
Infelizmente, a 5 de Abril de 1994, Kurt Cobain suicida-se na sua casa em Seattle com um tiro na cabeça, tendo ao seu lado a sua carta de suícidio e um maço de notas na sua mão, tornando-se um membro do conhecido “Clube dos 27”.
Já passaram 20 anos desde a sua morte e da extinção dos Nirvana, no entanto, é certo que esta banda, assim como o seu som tornou-se intemporal e assim vai continuar até porque como diz uma conhecida frase: “Grunde is not dead!”. A nossa homenagem aos Nirvana e ao seu falecido membro Kurt Cobain.

Bernardo Mascarenhas



terça-feira, 8 de abril de 2014

Childish Gambino - Uma evolução feita à sombra

O texto desta semana, vai para um músico de um estilo musical que muitas vezes é negligenciado mas que não deixa de ter as suas virtudes e a sua evolução. Para quem o ouviu, durante a última década, assistiu-se a uma progressiva entrada de outras sonoridades, como o piano, violino ou saxofone, por exemplo, que elevou o Hip-hop a um estilo diferente do habitual “beat and rhymes”. Quando falamos desta evolução vêm-nos à cabeça grandes nomes como Jay-Z ou Kanye West, mas são, talvez, os pequenos grandes nomes que melhor traduzem o potencial desta corrente musical. O nome que vos falo não é particularmente recente, lançou o seu segundo álbum “Because the Internet” em 2013 mas, face ao seu desconhecimento, apresento-vos Childish Gambino.
            Donald Glover, ou Childish Gambino no palco, é um actor e escritor afro-americano que se tem destacado como guionista premiado de séries como “30 Rock”. A influência que a enorme capacidade de escrita tem na sua música é visível em quase todas as canções. Donald não é um rapaz do gueto que faz do Hip-Hop a sua vida. Com um curso superior de artes da NYU (New York University) e o seu talento literário o enveredar por este estilo musical é feito por puro gosto. Sem histórias de gueto Donald está no Hip-hop por devoção. Para revolucionar. Talvez esse seja o seu maior valor.
          Após uma série de EP e um reconhecimento cada vez maior, Donald anuncia o seu primeiro álbum chamado “Camp” em 2011 sendo, dai, retirado o primeiro single Bonfire. Quem ouça este álbum vai, no mínimo, duvidar da descrição feita anteriormente. “They talking hood shit and I ain't know what that was about”, afirma em Outside, e a verdade é que tirando algumas excepções, como Firefly, All TheShine e L.E.S, onde tenta fugir ao tema, é mesmo essa a sensação que temos. Apesar de ser um bom álbum de Hip-hop, a evolução viria com “because the internet”.
            Para começar, Donald, assume a sua postura de guionista dando um registo cinematográfico às suas músicas e transformando o álbum numa história a ser ouvida e imaginada do princípio ao fim. É também neste disco que a tal evolução acima descrita e ligação com outros instrumentos é feita, veja-se a guitarra em The Worst Guys. Com um estilo muito mais experimental, fugindo à limitação do debitar rimas para o qual não possuía grande jeito, e apostando nos momentos certo em músicas mais lentas com mais soul, exemplo disso é Urn e Pink Toes. Muito parecido com Channel Orange de Frank Ocean em algumas fases.
            Resumindo é um excelente e inovador, em vários aspectos, álbum de Hip-hop que chega a agradar a quem não é grande fã do estilo. Requerendo apenas uma audição mais cuidada, do que aquela que habitualmente é dada a este género musical, para se perceber. Talvez seja essa pretensão a um apurar dos sentidos o seu contributo para a evolução.
            Sugestões: As músicas referidas encontram-se a azul com um link que os redireciona para as mesmas. Ainda assim, sugiro também Shadows e 3005.


Gonçalo Matos

domingo, 6 de abril de 2014

5-30: O projecto que ninguém esperava

    27 de Fevereiro de 2014 é anunciado o lançamento de um novo projecto que nem os fãs mais criativos e optimistas suspeitaram. Juntavam-se assim 3 amigos,que transpiram talento,criatividade,qualidade,com um nome inspirado no local onde a " magia acontece ",o estúdio (5-30) .... Até aqui só boas notícias... Surgem os nomes dos membros integrantes e torna-se o êxtase para todos os fãs deste estilo musical ! Era o regresso do grande Carlos Nobre,conhecido no mundo da música como Carlão ou Pac-Man pela sua carreira nos "Gigantescos" Da Weasel que marcaram uma era no panorama musical português ,sendo a banda que mais reputação conquistou fora os "dinossauros do Rock Português ",Xutos e Pontapés , implementando um estilo que até ao surgimento da banda era olhado de lado pela sociedade,acabando por conquistar tudo e todos ,com a sua criatividade e sonoridade. A este regresso tão aguardado e  inesperado,junta-se um dos rappers com mais influência no mundo do Hip Hop Português ,assim como um dos mais requisitados  ,sendo posto no mesmo patamar de pais do Hip Hop "Tuga " como Valete ou Sam The Kid....Para completar o trio , eis Fred ,baterista dos Orelha Negra e ex membro dos Buraka Som Sistema que " larga as baquetas" e se inteira da produção do álbum.. Até aqui a única duvida que surgia para todos os fãs ,era para quando o lançamento do álbum ? Mas será que o resultado foi o esperado ? Para uns sim ,para outros talvez não.
    Quando num projecto estão presentes 3 figuras com este nome , é normal as expectativas excederem-se ,estando nós ouvintes ,habituados a produtos musicas com uma qualidade enorme vindo dos mesmos, mas já diz o ditado " Quanto maior é a subida ,maior é a queda " e neste caso ,na minha opinião foi o que se presenciou,em relação ás expectativas sobre este trabalho. Esperava-se uma obra-prima,um álbum de referência para todos nós ... A maioria sentiu -se desiludida com o resultado final.
   A meu ver , tudo se deve sobretudo a uma mudança de estilo, uma nova maneira de ver o Hip Hop ,um acompanhamento com aquilo que tem sido feito por outros países ,verificando-se uma onda que privilegia, o som de fundo não tão melódico,mas muito mais dançável,apostando no bass e no sistemático Auto tune, ou seja entrada da electrónica no mundo do rap  ,isto é ,uma modernização do Hip Hop como até hoje era visto sobretudo em Portugal. Nos Estados Unidos ,o estilo foi evoluindo gradualmente,preparando assim os ouvintes até os mais cépticos,á ruptura com o chamado Hip Hop Old School ,surgiram então artistas como Tyler the Creator,Frank Ocean,Asap Rocky e Kendrick LamarEm Portugal tal não se sucedeu.... A aposta neste novo estilo foi repentina e surpreendeu tudo e todos. O Hip Hop ao longo do tempo tem vindo a evoluir bastante, com a inclusão de novas sonoridades,mais artistas,mais projectos,mas a ruptura com o passado não pode ser tão drástica.
   Surge no mesmo dia 27, o single do álbum , " Chegou a Hora ", era diferente sim, mas agradou bastante, o beat soava a fresco , colocou então as expectativas tão altas que se pensou que  seguiria os passos das referências do " Tio Sam" ,o que era impensável até aí... Cheirava a obra prima ,mas as restantes músicas salvo algumas excepções não conseguiram acompanhar o single. Apesar do estilo ser idêntico entre todos os temas, nota-se alguma discrepância entre as músicas ,tornando assim o álbum heterogéneo. Aquando do anuncio do álbum ,os próprios membros da banda intitularam o álbum como " um disco de agora " ,disso ninguém duvida mas nota-se que podem evoluir dentro do próprio género,o que é normal visto ser o primeiro projecto nesta vertente do Hip Hop.
   Mais concretamente sobre o álbum podemos considerá-lo um disco " muito sexual",como os próprios referem,em que as mulheres têm uma grande influência e são uma das principais inspirações,assim como,o dinheiro e os estupefacientes...Todas as músicas têm uma espécie de história por trás delas, como se, se tratasse de um guião sem imagens,podendo o ouvinte imaginar o filme na sua própria cabeça. Conta com várias participações ,entre elas, Sam the Kid e o Richie Campbell. 
   É interessante observar duas opiniões distintas acerca desta nova aposta no Hip Hop , uns mais habituados á onda mais espontânea,mais liricista , mais marginal, ficam um pouco de pé atrás,outros, ouvintes mais recentes do estilo,com influências diferentes ,que procuram melodias mais dançáveis e onde se revêm nas letras dos temas,aguardam com expectativa por mais... Os 5-30,vieram ocupar um buraco no Hip Hop Tuga ,que tem vindo a ser preenchido nos últimos tempos com nomes como Mike El Nite e a acompanhar a "americanização" ....

 Na minha opinião :  " Está quase lá...... "

  
    
João Rodrigo

quarta-feira, 2 de abril de 2014

The Police - A "autoridade" na música dos anos 80? Nem por isso!

 https://www.youtube.com/watch?v=3T1c7GkzRQQ

Quase que começaram do nada mas do nada chegarama à realeza no mundo da música. Talvez tenha sido o trio mais espectacular dos anos 80 e conquistaram fãs por todo o mundo. Num estilo musical que abrange não só o Rock mas também o Reggae, o Punk e o Jazz, esta banda foi claramente um marco na história da música, mas não se deixem enganar pelo o seu nome porque de autoridade não têm nada. Já chegaram lá? Esta semana temos este trio com um nome muito simples: The Police.
Constituídos por um dos maiores compositores e vocalistas do nosso tempo, liderando a banda e acompanhando com excelentes linhas de baixo temos Gordon M. Sumner, também conhecido por muitos como Sting. Na guitarra tinhamos o “feiticeiro” e Andy Summers e na bateria um excelente baterista que deveria ser levado mais em conta nos dias de hoje, Stewart Copeland.
Sting tocava jazz num bar com uma banda, onde lhe foi dada a alcunha de “Sting” pela sua maneira de tocar e foi aí que conheceu Stewart Copeland(baterista), que ficara muito impressionado com a maneira de tocar de Sting. Stewart que já tocava há algum tempo, decide convidar Sting para integrar uma banda nova que estava a pensar formar, os The Police. Com Henry Padovani na guitarra lançaram um single “Fall Out” que vende 70 000 cópias, mas entretanto Padovani deixa banda dando lugar a Andy Summers, esta seria a formação final dos The Police.
Assinam com a “A&M” Records lançado um dos grandes clássicos que toda a gente hoje em dia(ou quase toda) reconhece em single, “Roxanne”, uma canção de amor para uma prostituta escrita por Sting. Porém não tem sucesso no ano de 1978 em Inglaterra.
Partem à aventura numa pequena digressão pelos bares dos Estados Unidos da América, tocando no lendário “CBGB's”(um bar que lançou grandes bandas do punk e de outros estilos no mundo da música). Conquistam uma grande audiência na América e sem nenhum disco de “suporte” lançado, apenas com um single editado - “Roxanne” - ganham muito apoio. Regressados a reais terras de sua majestade, o single que tinha sido um fracasso um ano antes, era agora um sucesso... Em Inglaterra! Isto permitiu forjar as bases para o seu primeiro disco “Outlandos d'Amour”, lançado em 1979 com grandes malhas como “Next To You”, “Roxanne”, “Can't Stand Losing You” e “So Lonely”.
Em 1980, lançam “Zenyatta Mondatta” que com “Don't Stand So Close To Me” e “De Do Do Do, De Da Da Da” é um sucesso e mantem os The Police na ribalta.
No a seguir, em 1981, lançam o disco “Ghost in the Machine” que, graças à música “Every Little Thing She Does is Magic”, se torna um grande sucesso chegando a estar em primeiro lugar na tabela de vendas em Inglaterra.
Fazem uma paragem no ano de 1982 para seguirem projectos a solo e regressam em 1983 para lançar o seu último trabalho de estúdio – “Synchronicity”. Este último disco da banda é um sucesso especialmente por ter uma das baladas mais bonitas de sempre, a música “Every Breath You Take”. Promoveram o disco numa gigantesca tour mundial e quando estavam no mais pleno dos sucessos, os The Police decidiram por um ponto na banda o que foi muito estranho para todos os seus fãs, consta que as razões deste desfecho foram divergências criativas e problemas entre os integrantes da banda, que apesar de tudo, se afirmam como irmãos.
Esta é a história de um dos trios mais influentes na música dos anos 80, trio esse que desde 2003, faz parte do Hall of Fame do Rock desde 2003 e que é sem dúvida um enorme marco da história e por isso a nossa homenagem às “autoridades” do Rock&Roll!


 Bernardo Mascarenhas


James Blake

Após umas semanas um pouco conturbadas e de imenso stress, acho que todos sabemos o quão sabe bem ter uma boa música para relaxar. Coincidência, ou não, nessas mesmas semanas foram confirmados mais uns nomes para o Festival Vodafone Paredes de Coura (que se vai realizar em Agosto) o nome mais sonante é James Blake. 
Suscitou-me desde já curiosidade, porque já tinha ouvido falar dele e sei que já esteve presente no Festival Optimus Primavera Sound de 2013, e como tal para se ser uma boa especialista em música devemos de estar sempre á descoberta de coisas novas e estar a par das novidades.
Pesquisa desta vez, bem sucedida, porque não fazia de todo ideia que James Blake tinha um estilo tão soft e de boa qualidade, quero eu com isto dizer que me surpreendeu positivamente, porque mais facilmente ligava o seu nome a mais uma banda de Rock ou de Indie.
A música que mais me saltou á vista foi talvez, a “Take a Fall from Here” que naquele momento foi o encaixe perfeito para o que estava a precisar de ouvir: não muito pesado, não muito electrónico atrevo-me mesmo a dizer que serviu mesmo de música de ambiente.
James Blake é assim um artista que se pode considerar “newie” que tem conquistado diversos prémios pela sua genialidade quando faz remixes ou como compõe as suas músicas de maneira tão melódica.
A sua carreira é, para já, curta mas que conta pelo menos dois álbuns: "Overgrown" (2013) e “James Blake” (2011) e alguns EP’S.

Fica assim, a minha sugestão desta semana de um novo artista para aqueles, como eu, precisam de relaxar um bocado e conjugar isso com "quality time" de boa música! 
Se tiverem oportunidade não deixem de assistir ao seu concerto no Vodafone Paredes de Coura
de certo que não se irão arrepender!




Sugestões desta semana:


Genésia Freitas

terça-feira, 1 de abril de 2014

Gorillaz - Uma banda antes do seu tempo

Mais uma semana, mais um texto. Esta semana é direccionada para algo mais pessoal. Assim, pretendo dar a conhecer uma das minhas bandas preferidas, os Gorillaz. Todos temos umas bandas que adoraríamos ver, para os sortudos repetir, mais do que qualquer outra. Aquelas às quais recorremos nas mais variadas situações. Para mim, os Gorillaz são sem dúvida uma dessas bandas.
                Mas quem são estes seres animados que tão boa música produzem? Na verdade os Gorillaz são Damon Albarn (esse mesmo, dos Blur) e o desenhador Jamie Hewlett. Juntos, estes dois britânicos criaram algo nunca antes feito e muitas poucas vezes tentado depois. O primeiro encontro deu-se em 1990, quando Jamie foi convidado a entrevistar os Blur, mas foi em 1997 que tudo se conjugou. Damon e Jamie começam por dividir um apartamento em Londres e tiveram a ideia de criar os Gorillaz por causa da MTV. Considerando-a sem substância a banda criada seria para responder a esse problema. Foi o nascimento de Stuart “D2” Pot, Russel Hobbs, Murdoc Niccals e a “pequena” Noodle que sempre se mantiveram ao longo das chamadas “fases” dos Gorillaz.
Da esquerda para a direita: Russel, Murdoc, Stuart e Noodles
     É impossível desligar a história destas personagens da banda em si, tendo inclusive uma autobiografia publicada, Rise Of The Ogre. Murdoc, o baixista, o mais velho que se torna o criador da banda após uma série de “acidentes”. Stuart, o vocalista de cabelo azul (que tem a voz de Damon), que é recrutado por Murdoc após este o atropelar e deixar em coma. Russel, o baterista, que era um pequeno génio até ser possuído por demónios. Mais tarde raptado por Murdoc e forçado a tocar bateria. E por fim, Noodles, a misteriosa guitarrista que apareceu à porta de Murdoc dentro de uma caixa da FedEx. Retomando a realidade.
                Para o primeiro EP, Tomorrow Comes Today, Damon e Jamie recrutam dois nomes sonantes do hip-hop americano, Del The Funky Homosapien e Dan The Automator. Em 2000 é lançado então o EP que inclui singles tão reconhecidos como”Tommorow Comes Today” e “Rock The House”. Um anos depois, vem o primeiro álbum, auto-intitulado, que juntaria “19-2000” e “Clint Eastwood” aos reconhecidos singles ditos anteriormente. Entre b-sides e remisturas a primeira fase termina com o DVD “Celebrity Take Down” que inclui vídeos nunca antes mostrados e documentários.
                A segunda fase tem inicio em 2004 com o lançamento do single “Feel Good Inc.” e do consequente álbum Demon Days (pessoalmente, um dos melhores álbuns de sempre e o favorito), produzido por Danger Mouse. O disco valeu-lhes nomeações para os Grammys, Brit Awards e European Music Awards. Curiosamente foi no seguimento do mesmo que os Gorillaz deram das suas atuações mais populares. Introduzindo hologramas, pasmaram quem os assistiu nos Grammys e aqui mesmo, em Lisboa, na cerimónia dos EMA. Destaca-se ainda as músicas Demon Days, El Mañana e DARE. A fase termina com dois DVD, um primeiro de compilação chamado “Slowboat to Hades” e um segundo com o documentário Bananaz que demonstra os sete anos de existência da banda, ambos lançados em 2007
                Por último a fase três, tem início em 2008 e resulta nos dois últimos discos, “Plastic Beach” e “The Fall”. Plastic Beach é o disco com mais colaborações e conta com nomes tão distintos como Mos Def, Snoop Dogg ou Lou Reed. Com singles como “Stylo” e "On Melancholy Hill” a juntar-se à discografia, havia mais que material para a primeira e única tour mundial da banda que os levou aos festivais Roskilde, Glastonbury, Coachella e até a um concerto na Síria.
The Fall, talvez pela pouca distância desde o seu antecessor foi o álbum menos conseguido e foi seguido poucos meses depois pela primeira coletânea de singles da banda, tudo em 2011. Em 2012, entre outras causas devido a projectos próprios tanto de Damon como de Jamie, é anunciado um hiato indefinido que ainda hoje se mantém.
                É difícil descrever a música de Gorillaz face às constantes colaborações e influências mas é garantido que aquilo que começou como um interessante projecto resultou em algo inédito que dificilmente pode ser repetido.

                Aos textos costumam terminar com sugestões de músicas, mas como todas as músicas referenciadas vêm com link, deixo a sugestão de tentar conhecer a história da banda animada e as suas personagens. Dentro deste texto não me foi possível desenvolve-la ao máximo naquilo que será certamente a maior influência na música dos Gorillaz.


Gonçalo Matos