quinta-feira, 26 de junho de 2014

Glastonbury - Mais que um festival

Glastonbury. Para muitos um perfeito desconhecido, para outros tantos o maior festival do mundo com assistências que chegam aos 150 mil espectadores e bilhetes a esgotar em horas. Um festival não só musical mas também apoiante de causas sociais, com doações do lucro à caridade desde o início. Mas como é que tudo isto começou?
                O festival, ainda com o nome de feira, começa a 19 de Setembro de 1970 (um dia após a morte de Jimmy Hendrix) em Worthy Farm, Somerset, propriedade de Michael Eavis. Com uma assistência de 1500 pessoas, a entrada custava 1 libra e incluía leite produzido na quinta. No ano seguinte seria introduzido pela primeira vez o mítico Pyramid Stage e por lá tocaria um cantor mais tarde reconhecido, David Bowie. Nada mau para uma entrada gratuita.
                Em 1972 começa o interregno que duraria até 1978, o ano do festival espontâneo. Organizado por viajantes que passavam por somerset, não teve cabeça de cartaz e uma audiência de apenas 500 pessoas. No ano seguinte, Michael Eavis, pediu um empréstimo bancário e conseguiu levar Peter Gabriel à feira. Contudo, a mesma foi um fracasso e apenas retornaria em 1981.
                Em 1982 começa a estabilização de Glastonbury, sem mais prejuízos e grandes períodos de interregnos. É montado um Pyramid Stage permanente e os New Order são convidados para cabeça de cartaz do primeiro Glastonbury Festival. Em 1985, Worthy Farm prova ser demasiado pequena para albergar o festival e a quinta do lado, Cockmill, é adquirida.
Aquando os festejos de 20 anos do festival, Glastonbury passa para o nome pelo qual é hoje conhecido, Glastonbury Festival of Contemporary Performing Arts. De referir também que em 1992 o festival começou a doar também para a Greenpeace e apenas em 1994 foi televisionado.
                Desde então Glastonbury afirmou-se como um dos maiores e mais importantes festivais a nível mundial, com cartazes imbatíveis e palcos secundários que deixariam muitos festivais envergonhados. Os deste ano são Arcade Fire( dia 27), Metallica (dia 28) e Kasabian (dia 29).
Segue em baixo uma lista com alguns nomes que já foram cabeça de cartaz ou passaram por Glastonbury noutras edições, a maioria por mais que uma vez:

Van Morrison|Elvis Costello|The Cure|Jay-Z| Muse|U2|Rolling Stones|Coldplay|Manic Street Preachers|The Prodigy|Radiohead|Foo Fighters|Blur|Blondie|Chemical Brothers|The White Stripes|Oasis|Arctic Monkeys|Mumford & Son’s|R.E.M|Kings Of Leon|Neil Young|Bruce Springsteen|Bob Dylan


E por fim, o bónus: http://www.glastonburyfestivals.co.uk/line-up/line-up-2014/



Gonçalo Matos


terça-feira, 10 de junho de 2014

Limp Bizkit

Uns velhinhos estes Limp Bizkit, esta banda de Jacksonville, Flórida, nos Estados Unidos da América, um diminutivo irónico claro porque não aparentam nada disso, continuam com o mesmo andamento que tinham quando começaram. Limp Bizkit, banda originada numa onda musical a qual se pode chamar nu-metal (Deftones, KoRn, até Linkin Park podem ser equiparadas aos Limp Bizkit).
A base desta banda consiste no icónico vocalista, Fred Durst (tatuador, antes de vocalista dos Limp Bizkit), Wes Borland, igualmente icónico, apresenta-se sempre em concerto com indumentárias extravagantes, até mesmo sombrias, temos também Sam Rivers, o baixista, John Otto, como baterista e DJ Lethal, sendo o nome auto explanatório.
 Em 1995, aquando de um concerto em Jacksonville, terra natal da banda, Fred Durst falou com os membros dos KoRn, entregando lhes uma demo (ainda sem Wes Borland) ao que os KoRn disseram que não era nada de especial, uma segunda demo foi gravada, agora com Borland, e entregue aos KoRn, desta vez ficariam impressionados. Esta demo tinha faixas como “Counterfeit”, “Stuck” e "Pollution”, que tiveram presença no primeiro álbum dos Limp Bizkit, Three Dollar Bill, Yall $. Pouco tempo depois, já se encontravam em tour com grandes bandas como House of Pain e Deftones.
 Pode-se dizer que cada álbum foi um tiro certeiro, desde o primeiro, Three Dollar Bill, Yall $, passando por Chocolate Starfish and the Hot Dog Flavore Water, a Results May Vary, a um álbum quase sem propaganda por parte da banda, de nome The Unquestionable Truth, passando para um mais recente Gold Cobra, e um álbum que ainda não saiu, mas que todos os fãs aguardam inquietamente, chamado Stampede of the Disco Elephants.
 Como singles a ouvir, apontaria se calhar, para uns menos óbvios, menos conhecidos, como Rearranged , Build a Bridge, Get a Life e a N Together Now, com participação de Method Man.
 De salvar a mixtura entre hiphop e um rock sujo, e ao estilo muito “MC” de Fred Durst, dou boa palavra para os seus concertos ao vivo, mas cuidado, só vão ter um show se Fred Durst não estiver chateado, visto que Durst é bastante temperamental!

Francisco Andrade


quinta-feira, 5 de junho de 2014

Kendrick Lamar - The Good Kid in The Maad City

Kendrick Lamar Duckworth é um ainda jovem rapper, que representa uma nova geração de rappers que integra nomes como: ASAP RockyDanny BrownSchoolboy Q e que têm marcado um novo movimento na história do Hip Hop norte-americano.

Hoje com 26 anos, Kendrick Lamar nasceu em Compton, um subúrbio de Los Angeles, e um dos bairros com maior taxa de criminalidade e desemprego, de onde são também originários os rappers Dr Dre e The Game. Foi em Compton que o rapaz viu o seu tio ser abatido a tiro num tiroteio, e os seus primos irem parar à prisão pelas mais diversas razões. Com uma adolescência marcada por episódios de violência, alcoolismo e criminalidade, Kendrick Lamar conseguiu transportar toda a sua vivência e todos esses episódios para rimas e versos que desmontam a realidade dos subúrbios e dos bairros norte-americanos onde o hip hop e a criminalidade são uma constante.


Com oito anos de idade, Kendrick teve o privilégio de assistir às filmagens do videoclip de “California Love”, tema musical interpretado por Dr.Dre e Tupac. O mesmo Tupac que é apontado por Kendrick Lamar como a sua maior influência no mundo da música, e Dr. Dre que após escutar uma das suas várias mixtapes, não hesitou em assinar com ele um contrato e produzir o seu segundo disco.

Em “Good Kid, m.A.A.d City”, segundo álbum lançado em 2012 e aquele que o lança para a ribalta, o jovem rapper traça um retrato da sua adolescência e mostra que existem dois caminhos dentro da vida nos subúrbios americanos: a criminalidade e a violência dos gangues; ou o romper com tudo isso. Kendrick não foi o primeiro rapper a revelar e mostrar essa realidade marcada por violência e criminalidade, mas foi dos primeiros a conseguir chamar a atenção da imprensa e da rádio e construir através disso um universo de fãs. Por tudo isto, o seu primeiro disco é considerado pelo próprio como um autorretrato.

Com as melhores pontuações por parte dos principais órgãos de comunicação ligados à música, o disco conta com várias colaborações como: Drake, Jay Rock, o próprio Dr.Dre, entre outros. E também a lista de produtores é imensa com nomes como Pharrel Williams, Just Blaze, Hit-Boy, SoundwaveThe Recipe”"Swimming Pools (Drank)", “BackseatFreestyle”, “Poetic Justice” e “Bitch, Don’t Kill My Vibe são os singles retirados do álbum. Mas nem por isso temas como: “The Art of Peer Pressure”, “Money Trees”, “m.A.A.d city” ou “Real” merecem ser descartados de ser ouvidos, não fosse o álbum ter vendido 241 mil cópias nos EUA na sua primeira semana.

Capa do disco "Good Kid, m.A.A.d City"

Fazendo parte do coletivo Black Hippy, de onde fazem parte nomes como: Ab-Soul, Jay Rock, Schoolboy Q, é na sua carreira a solo que centra as suas atenções e de onde atrai também as de atenções de nomes como Kanye West ou Drake, que o convidaram para integrar as suas digressões.

Com um número elevado de público conquistado no seu país, e com concertos dado em vários países da Europa, Kendrick Lamar atua esta noite no festival portuense NOS Primavera Sound, e é sobre ele que estão viradas todas as atenções. Por se estrear em Portugal e por integrar o cartaz de um festival tão alternativo. E por ser de facto um dos nomes mais fortes do hip hop norte-americano atual, que através do seu estilo musical, da sua voz e da sua lírica seja capaz de mostrar que o hip hop, puro e duro dos subúrbios ainda consegue sobressair e conquistar os mais diversos ouvintes. 

Texto de João Fernandes

quarta-feira, 28 de maio de 2014

UHF: Soltem o Rock Português, soltem os Cavalos de Corrida!


Num país agarrado à liberdade recentemente adquirida, assim como às cantigas da revolução, surge em Almada um grupo que viria a mudar o rumo da música em Portugal nos anos 80 que ficou conhecido por “Boom do Rock Português”. Hoje, uma lenda nacional, apresento-vos os UHF!
Começaram nos anos 70, numa altura em que o Punk conquistava a Inglaterra depois da febre dos Beatles, Led Zeppelin ou The Who, mas em Portugal, pouco de Rock se falava, mas ansiava-se por algo novo tanto política, social e culturalmente. António Manuel Ribeiro(voz e guitarra), Renato Gomes(guitarra), Carlos Peres(baixo) e Américo Manuel(bateria) constituem a primeira de várias formações dos UHF. Mas é esta a formação que lança o EP “O Jorge Morreu”, que apesar de não ter tido muito sucesso comercial, faz a banda correr o país inteiro de uma ponta a outra e tornar quase que um hino nacional um tema original que não tinha sido editado em estúdio, “Cavalos de Corrida” é um autêntica febre a nível nacional, chegando a ser tocada três vezes a pedido do público em vários concertos.
Os UHF não são só “Cavalos de Corrida”, após terem assinado contrato com a EMI – Valentim de Carvalho, temas como “Rua do Carmo”, “Rapaz Caleidoscópio” ou “Geraldine”. Em 1982, editam “Estou de Passagem” e abandonam a editora Valentim de Carvalho, confiantes que teriam sucesso mesmo estando numa editora de muito menor dimensão, porém a banda arrepende-se mais tarde desta arriscada decisão, sendo um total fracasso.
A vida de estrada e digressões, manteve no entanto os UHF continuam na ribalta e o vocalista António Manuel Ribeiro é visto como um Estrela Rock nacional e é visto por alguns como o Jim Morrison português.
Posteriormente, nos anos 90, lançam um grande tema. “Sarajevo”, uma canção escrita contra a guerra e acontecimentos terríveis que ocorreram nos territórios da antiga Jugoslávia, criticando fortemente as acções de violência e ódio étnico que tanto se fez notar neste conflito.
Vários são os temas desta grande banda portuguesa que iniciou em Portugal algo que não existia, e temas como “Na Tua Cama”, “Matas-me Com o Teu Olhar” ou “Puseste o Diabo em Mim” são alguns dos muitos desta banda que foi a primeira a provar que neste nosso Portugal à beira-mar plantado também se faz Rock&Roll!

Bernardo Mascarenhas

terça-feira, 27 de maio de 2014

Drenge - Os The Black Keys de Derbyshire

As razões que me levam a apresentar esta banda são três: em primeiro lugar porque foram recentemente confirmados na edição deste ano, do ainda Optimus Alive, sendo uma das várias estreias que o festival lisboeta nos irá proporcionar em Julho. Em segundo lugar, porque são uma banda que curiosamente, descobri através de um comentário visualizado no youtube num vídeo de uma atuação dos Royal Blood, banda que já aqui foi apresentada anteriormente. E por último, porque sigo com grande interesse e entusiasmo a cultura musical produzida no Reino Unido, em especial em Inglaterra onde cada vez mais surgem projetos interessantes capazes de fazer frente à indústria musical americana.

Justificações feitas, passo agora a falar-vos dos Drenge. Pois bem surgiram em 2011, e são eles dois irmãos britânicos naturais de Castleton, uma pequena vila pertencente ao distrito de High Peak que integra o condado de Derbyshire, Inglaterra. Eoin Loveless, Rory Loveless, guitarrista/vocalista e baterista respetivamente.



Em Inglaterra, os dois irmãos são conhecidos como os The Black Keys de Derbyshire
Sendo um duo que consiste apenas na guitarra e na bateria e sendo eles apelidados no meio musical como os The Blacks Keys de Derbyshire, é inegável que ao ouvirmos esta banda nos irá imediatamente soar aos já míticos The White Stripes e aos referidos The Black Keys. Talvez por esta razão este novo duo tenha como estilo musical o blues rock e o garage rock, havendo no entanto quem os classifique como uma banda de grunge/post grunge e punk rock.

O nome da banda, Drenge tem um significado interessante uma vez que surgiu do interesse dos dois irmãos pela Dinamarca em especial pelo movimento cinematográfico Dogma 95, originário deste país. Curiosamente, Drenge em linguagem dinamarquesa significa no idioma britânico boys, daí a razão para a escolha do nome por parte do grupo.

Este duo de irmãos, andou em digressão durante o ano de 2013 com os Peace, banda que se estreou em Portugal no último verão no festival Paredes de Coura e com o também duo californiano, Deap Vally abrindo os seus concertos. Tendo também aberto os concertos da banda The Cribs na Brixton Academy em Londres. Também as estreias em festivais aconteceram, neste caso no mítico Glastonbury onde deram um concerto que levou o público à loucura.

À semelhança dos também ingleses Alt-J e dos australianos Temper Trap editaram o seu primeiro disco: “Drenge” pela editora independente Infectious a 19 de Agosto de 2013. Tendo recebido críticas positivas por parte dos principais meios de comunicação ligados ao panorama musical, as revistas Clash e NME, classificaram-nos ambas com nota 8 em 10, também o britânico The Guardian o classificou com quatro estrelas.

Do álbum fazem partem doze faixas, que na sua maioria se classificam por fortes riffs de guitarra de Eoin Loveless e sempre com um tipo de letras bastante ligado à raiva e frustrações de um geração ainda jovem, em especial em temas como o amor. O The Guardian na review que fez ao disco refere que a banda aplica nas suas letras e títulos de músicas, temas e assuntos considerados de certa forma bizarros e um pouco violentos, sugerindo as músicas: “Dogmeat”, “Bloodsports” e “Gun Crazy”.
Seguindo um ritmo acelerado em todo o disco e uma lógica profundamente rock n’roll dura e crua, isso quebra-se nas duas últimas faixas: “Let’s Pretend e “Fuckabout” , onde a banda se apresenta numa realidade mais suave e intimista.
Este é sem dúvida um disco que merece ser escutado do início ao fim para conhecer em profundidade a realidade dos Drenge.

Os  Drenge escolheram como cenário para a capa do seu álbum, o Cemitério de Wardsend em Sheffield

Com presença garantida na edição deste ano do Optimus Alive, os dois irmãos irão tocar também no festival espanhol Benicassim seguindo depois por um digressão pelos EUA, regressando findalmente a Inglaterra para integrar o cartaz do Festival de Reading e Leeds.
Com o fim dos The White Stripes e com o crescimento dos The Black Keys, é cada vez mais evidente a ascensão de duplas que difundam e levem o garage e o blues rock ao lugar onde estes merecem estar.



João Fernandes

sexta-feira, 23 de maio de 2014

SirAiva

Esta semana trago-vos o novo artista sensação, SirAiva. Muitos podem pensar que SirAiva nasceu agora para a música, mas se esse é o vosso caso nem sabem o erro que estão a cometer!
Pedro Saraiva é músico, artista, produtor e reside na cidade do Porto. Desde muito novo que mostrou o seu interesse na música, dando o seu primeiro concerto ao vivo aos 14 anos com os "Culto da Ira". Contudo Saraiva apenas começa a sua primeira banda “a sério” (na qual é o vocalista e guitarrista) em 1986, os X-Position.
Mais tarde com os D.R.Sax, Saraiva grava e produz o seu primeiro álbum,“0670”, em Londres, em 1994. Este álbum dá origem ao primeiro grande êxito “Eu não meesqueci”, de tal forma estrondoso dando origem a uma grande exposição através das rádios, televisão e uma tour pelo país. Posteriormente em 1997, Saraiva volta com o segundo álbum de D.R.Sax - “Homem Objecto”. Finalmente em 2006, Saraiva fecha a era D.R.Sax com a compilação “10 Anos Depois”. 
No ano de 2010, lança o EP "Angel in Black" como DJ Pedro Saraiva. E no ano seguinte foi convidado a trabalhar com o DJ Rich formando Rich&Saraiva e lançam o single "If Love is always in the air". Portanto como podem ver Pedro é tudo menos inexperiente nestas andanças.
SirAiva é o retorno ao estilo disco e funk, é um regresso ao passado mas com um toque de modernidade difícil de encontrar. Para além das músicas acima citadas é absolutamente obrigatória a audição da música que o colocou no mapa em Portugal: “Brinca na Barriga”. Para esta faixa foi buscar o genial Pacman, ex-Da Weasel, que se enquadra na perfeição tanto na música como no videoclip.
Sobre Pacman é importante dizer que no mesmo ano (e com muito pouco tempo de diferença) consegue fazer parte dois projectos totalmente opostos (5-30 e SirAiva) atingindo em ambos o sucesso e vendo o seu trabalho sempre altamente elogiado. Quando ao talento se junta carisma e laivos de genialidade tudo se torna mais fácil.
Mas voltando à música do momento, em poucos dias o videoclip atingiu perto de 75 mil visualizações e tornou-se completamente viral através das redes sociais, o que demonstra bem o quão viciante se tornou para todos nós. Eu estou tão viciado que não passo um único dia sem a ouvir pelo menos umas cinco vezes!

Está prometido um álbum muito breve e por isso resta-nos esperar para constatar se SirAiva (que fantástico nome artístico meu Deus!) veio, ou não, para ficar! 


Bruno Neves


quinta-feira, 22 de maio de 2014

Ghost Stories - Uns Coldplay melancólicos

Muito separa Coldplay actual do que aquele que passou por Paredes de Coura em 2000. Dificilmente quem gostou de Parachutes, A Rush Of Blood To The Head ou mesmo X & Y vai gostar de Ghost Stories mas a vida continua e sem dúvida que os Coldplay também. Ghost Stories continua o afastamento do rock de Shiver, Politik ou God Put A Smile Upon Your Face ao mesmo tempo que se afasta (e MUITO) do animado Mylo Xyloto.
Reconhecendo que a fase rock está mais que enterrada, Ghost Stories sofre de um problema transversal a todo o álbum, salvo saudosas excepções, Midnight e Ghost Stories (disponível apenas na versão Deluxe), que se apresenta também como um imenso risco. É inteiramente dedicado à perda de um amor, seja na letra ou na melodia que a acompanha, todas as músicas remetem para uma perda inesperada e recordações amorosas. É impossível não fazer a ligação entre o disco e o recente divórcio do vocalista Chris Martin com a actriz Gwyneth Paltrow.
                Outra questão interessante, e que apenas poderá ser respondida aquando uma digressão será o espetáculo ao vivo. Aquela que foi para muitos a melhor banda ao vivo durante o tempo da digressão de Mylo Xyloto terá de puxar pelos galões para conseguir semelhante proeza com Ghost Stories. Com um disco melancólico na bagagem, dependeram os concertos dos clássicos ou assistiremos a uma nova surpresa?
Seja como for, e esperando como fã que este álbum seja apenas uma transição para algo melhor, existem músicas que têm toda a capacidade para se tornarem clássicos como Ink ou A Sky Full Of Stars.

Tal como em tudo, haverá quem ache este álbum bom e quem ache o álbum mau, principalmente os menos adeptos de música lamecha (no bom sentido do termo). Contudo, faltando um cabeça de cartaz para o Optimus Alive e, caso seja Coldplay, será principalmente os clássicos ou a curiosidade de como este álbum é apresentado que guiará as pessoas ao concerto.

Gonçalo Matos


terça-feira, 20 de maio de 2014

Deftones

Falo-vos hoje dos grandes, enormes, Deftones! A banda é composta por Chino Moreno, vocalist e guitarrista, Stephen Carpenter, guitarrista, Sergio Vega no baixo, Frank Delgado, o DJ, e Abe Cunningham como baterista. Infelizmente uma das maiores tragédias desta banda, levou o icónico baixista da formação original, Chi Cheng, a um coma, devido a um acidente de carro em 2008 (acabou por falecer em 2013). Mas falemos de coisas menos tristes, ora o nome, Deftones, fica no ouvido, é diferente, a fórmula foi juntar uma expressão utilizada por rappers americanos que Carpenter ouvia, esta sendo “Def” e o sufixo de muitas bandas dos anos 50 (The Quin-Tones, the Monotones, The Cleftones), mostrando a dualidade de estilos que os influenciaram e influenciam ainda hoje.
 Os Deftones são dentro do Nu-Metal, uma banda extremamente experimental, com guitarras super destorcidas, mais que manda a lei, com refrões possantes associados a um estilo mais “hiphopeano”.
 Esta banda tem das musicas mais tristes que conheço, Be Quiet and Drive (Far Away), oiçam para perceberem, no mínimo tocante, com uma constante guitarrada baloiçante entre o escuro e o desesperante. Associado a este estilo mais melancólico, triste,, temos outra música como a Sextape, que já agora, tem um videoclip viciante, muito bonito mesmo! Mas calma, banda nu-metal que os Deftone são, tem também musicas a abrir, para usar e abusar no volume, para saltar e possivelmente abanar a cabeça, caso não haja situação médica que o impossibilite. São músicas essas como Hexagram, encontra-se gritaria incluída nesta música, há também uma música mais a propósito do verão, de nome My Own Summer (Shove it). Mas há muita boa musica destes “meninos” ao longo dos seus álbuns, são todos uma referência na música rock, a meu ver. Talvez recomendasse o último álbum, Koi No Yokan e o White Pony, creio que são os mais emblemáticos.
 De apontar a presença em duas outras bandas, por parte de Chino Moreno, sendo vocalista também. Estas bandas são Team Sleep, e Crosses. Team Sleep é o projecto mais longínquo, enquanto que Crosses tem um álbum deste ano, se não estou em erro. Uma musicalidade muito, muito, própria, um self-service de definição musical. Vejam por vocês mesmos! 

Team Sleep- Formant. Crosses- This is a Trick 


Francisco Andrade







quinta-feira, 15 de maio de 2014

King Krule - O miúdo salvo pela música

Cada vez mais se considera Inglaterra, como um país em constante divulgação de jovens músicos, que depressa se tornam verdadeiros ícones da nova música britânica.

Archy Marshall, de nome artístico King Krule é um jovem natural de Londres que tem agitado a imprensa britânica, sendo apresentado como um dos novos talentos do Reino Unido.
Em 2010 e com apenas dezasseis anos sob o nome de Zoo Kid, lançou o seu primeiro single: “Out Getting Ribs”, que apanhou toda a gente desprevenida, e questionou como poderia um miúdo com aquela idade socorrer-se de uma guitarra e ter a capacidade de interpretar versos tão pessoais e intimistas, que nos levam a viajar num universo melancólico. Não tendo tido uma infância fácil, que ficou marcada pela sua expulsão da escola aos doze anos e pela pressão feita pelos seus pais que eram frequentemente ameaçados pelos serviços sociais por negligência. Archy encontrou como solução a escrita e a interpretação de temas musicais que de certa forma o caraterizavam e fizeram com que se libertasse da depressão e da raiva que sentia por tudo o que o rodeava.

Um ano depois (2011) e já sob o nome de King Krule lança o seu primeiro EP: “King Krule EP” onde podemos destacar The Noose of Jah City” e "Portrait in Black and Blue" como principais faixas a ser reproduzidas.
Em 2012 lança o single: “Rock Bottom”, que mais uma vez nos demonstra, o forte sentimento que o rapaz emprega no uso das palavras, apresentando-nos uma vez mais, uma letra emotiva, reflexo da infância nada fácil pela qual passou. Com o lançamento deste single podemos ainda escutar a música Octopus”, lado b do referido single. Nesse mesmo ano, destaque ainda para a estreia de King Krule em Portugal, desta feita na cidade do Porto na segunda edição do festival de inverno, Mexefest, onde deu um dos concertos mais aplaudidos do festival.

Mas é em 2013 e após integrar a lista da "BBC Sound of 2013" (uma lista que divulga os artistas promissores para o novo ano) que o ainda miúdo lança o seu primeiro álbum de estúdio. A 24 de Agosto e no dia do seu décimo nono aniversário “6 Feet Beneath The Moon”, chega às lojas com o selo da XL Recordings, editora que já lançou trabalhos de artistas como Adele, The White Stripes, The Prodigy, The XX, entre muitos outros.
Bastante apreciado pela crítica, A Time Out Londrina classificou-o com cinco estrelas, a revista americana Pitchfork deu-lhe uma classificação de 7.3 em 10 e a britância NME atribuiu-lhe um 8 como nota de avaliação.

Com um estilo sonoro, que oscila entre o indie, o funk ou o jazz, não é fácil definir o género musical praticado por Archy, muitos dizem que é o darkwave, devido ao seu estilo meio depressivo e sombrio. Agora é certo que o jazz é a grande influência do jovem e é daí que parte a sua inspiração, para outros géneros como o post-punk ou o hip hop.
Neste seu primeiro disco, King Krule integra canções que foram lançadas em EP’s anteriores e ainda sob o nome de Zoo Kid, mas nos novos temas permanece a sua voz rouca e forte e o estilo apático das letras, que o próprio classifica como um sentimento importante. Também a raiva e mágoa empregues na sua música o caraterizam, não tivesse ele dito à revista Pitchfork, que para si o importante era “pôr os sentimentos certos nas palavras certas”. Como faixas a destacar, a inicial “EasyEasy”, “Baby Blue”, “A Lizard State”, “Will I Come” “Ocean Bed”, “NeptuneEstate”, “Out Getting Ribs ou a fantástica “Little Wildapenas disponível na edição do álbum, japonesa.

Lançamento do seu álbum de estreia: "6 Feet Beneath The Moon"

Em palco King Krule faz-se acompanhar pela sua guitarra e os seus efeitos sintéticos, outra guitarra, e um baixo e uma bateria jazzy que dão o toque de jazz e hip hop à música interpretada por este jovem promissor artista. Que aos dezanove anos lançou o seu primeiro disco, disco esse que consegue ser uma obra-prima e um retrato do passado e do mundo que gira à volta de Archy Marshall e da sua cinzenta e escura rotina londrina.




 Texto de João Fernandes

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Salto e Denis

E passada uma semana estão de regresso as bandas portuguesas que vos vão conquistar tamanho é o seu talento.

Começamos pelos Salto. A vida de um músico pode nascer de várias formas, os Salto tiveram a sorte de nascer na mesma família e de desde cedo terem vivido a música em conjunto. Os primos portuenses Guilherme e Luís rapidamente perceberam que juntos poderiam ser uma banda. E apesar de para o público eles apenas aparecerem no final de 2011 (e com muito mais insistência a partir do ano seguinte) a verdade é que pisaram o palco pela primeira vez em 2006.


A 2 de Julho de 2012 editam o primeiro álbum do qual foi retirado o single que ainda hoje é um hit: “Deixar Cair”. Foi uma entrada de rompante no panorama musical português. Conseguiram contagiar tudo e todos marcando desde logo a sua posição, algo tão difícil quanto raro.

Seguiram-se muitos concertos de Norte a Sul do país, passando pelo Festival Optimus Alive, Festival Super Bock Super Rock, Festival Sudoeste TMN, Vodafone Mexe Fest, Festival Paredes de Coura e Queima das Fitas de Coimbra entre tantos outros (o que desde logo atesta a sua qualidade).

Muito recentemente presentearam-nos com um novo EP (de seu nome Beat Oven #01) que marcou o regresso da dupla nortenha. E se a estreia foi em português, o regresso foi em inglês. A sonoridade manteve-se fresca e contagiante e isso é o suficiente para nos conquistar à primeira audição.
Para além da faixa citada acima é impossível não ouvir também “Por ti demais”, “O teu par”, “Não vês futebol” ou o mais recente singleCan't you see me”.

Lembram-se do programa de televisão “A Voz de Portugal”? Pois, nem vocês nem ninguém. Mas o vencedor desse programa lançou há algum tempo a esta parte o seu primeiro álbum de originais.


Ele chama-se Denis e o álbum chama-se “Twist & Bend”. Teve produção de Armando Teixeira (esse mesmo, dos Balla) e a faixa “It’s Killing Me” foi o primeiro single de apresentação deste trabalho. O segundo single também já foi lançado e dá pelo nome de “Go Baby Go” sendo que todo o álbum pode ser ouvido no Spotify.

Seria de esperar que o facto de ter vencido um concurso televiso lhe desse projecção e mediatismo a rodos, mas infelizmente tal não aconteceu. Com tanto talento certamente que será apenas uma questão de tempo até conquistar o espaço que é seu por direito próprio no panorama musical nacional.

Bruno Neves

terça-feira, 6 de maio de 2014

Ray LaMontagne - O regresso de um (des)conhecido

Podem um excelente cantor passar completamente despercebido? Sem dúvida. Este é um dos casos? Afirmativo. Raymond Charles Jack LaMontagne, ou só Ray LaMontagne, é um cantor e compositor americano de 40 anos.
 Proveniente de uma família pobre de New Hampshire, a sua família separou-se quando ele nasceu e o pequeno Ray passou o início da sua vida a saltar de posto em posto, estabelecendo-se no Utah e partindo depois para o Maine. Por lá arranjou um emprego numa fábrica de sapatos e só se demitiu quando deu início à carreira de músico. Mas o que faz da música de Ray LaMontagne algo tão especial?
Para começar, uma voz diferente (rouca) daquilo que estamos habituados, resultado da técnica de respiração centrada no diafragma e não no nariz. Ray é aquele músico que ao 5º álbum já experienciou e experimentou bastante, apesar de reservado e raramente dar entrevistas ou interagir com o público entre músicas. Faz lembrar John Mayer, por vezes, capaz de acelerar ou imprimir um ritmo calmíssimo, tudo isso no mesmo disco.
O primeiro álbum, Trouble, lançado em 2004 apanhou todos de surpresa. Produzido por Ethan Johns, que se manteve como produtor até ao terceiro, apresentava-se como um disco folk fortemente apoiado na refrescante voz de Ray. Ganhou ainda mais notoriedade quando a música Trouble foi cantada no programa Ídolos americano. Deste, álbum retira-se também as belíssimas Narrow Escape e Hannah.
No segundo álbum, assistiu-se a uma mudança na sonoridade. Ray passou a incorporar violinos e violoncelos. O resultado foi uma aclamação geral por este registo mais “animado” de Till The Sun Turns Black (2006) com músicas como Three More Days e You Can Bring MeFlowers a terem uma excelente prestação nos tops.
O terceiro, e último álbum a ser produzido por Ethan Johns, foi aquele que mais sucesso alcançou até agora. Gossip in the Grain (2008), muda novamente o registo para um álbum intimista e muito mais calmo que o anterior. Músicas com I Still Care For You e Sarah são exemplos disso mesmo.
Em 2010, Ray produz pela primeira vez o seu próprio disco. Apoiado pela sua banda de tour, Pariah Dogs, God Willin' & The Creek Don't Rise, pode ser considerado um misto do que tinha feito até então. Possui musicas animadas que fazem lembrar Trouble, como Repo Man e Beg Steal or Borrow, e muito mais calmas como Are We Really Through. Apesar de tudo ganhou o grammy de melhor álbum folk contemporâneo. E depois puff. Durante quatro ninguém soube dele. Até 2014.
Já no final de 2013 começaram a surgir rumores de um novo álbum. No início do presente ano foi revelada a noticia. Ray estava a produzir com um dos produtores mais reconhecidos actualmente, Dan Auerbach, esse mesmo dos The Black Keys. Assim, Supernova, foi lançado a 19 de Abril. Mas que influencia pode ter Dan na música de Ray? Toda. Um álbum a fazer lembrar o saudoso Trouble, onde vemos Ray na sua melhor versão, mas com o acréscimo de solos de guitarra. O disco começa em velocidade máxima com Lavander, passando de uma sonoridade folk para blues rock. Segue-se Airwaves  para acalmar um bocado a excitação e She’s The One onde Ray leva a sua rouquice ao limite. De realçar também a música que dá nome ao disco Supernova.
É sempre bom puder ouvir artistas tão versáteis com Ray LaMontagne, sabendo que seja qual for o nosso estado de espirito, há de existir na sua discografia um disco que nos sirva, seja para tardes calmas com Gossip in The Grain ou mais mexidas com Supernova.

Face ao muito desconhecimento que por cá persiste, infelizmente, não é expectável que tenhamos oportunidade de assistir a um concerto dele em Portugal. Contudo, tendo em conta que The Black Keys são cabeça-de-cartaz do Optimus Alive, pode ser que Ray LaMontagne venha à boleia do seu produtor. Esperemos muito sinceramente que sim.


Gonçalo Matos



quarta-feira, 30 de abril de 2014

Elvis Presley: O Rei do Rock N' Roll

  O que têm John Lennon(The Beatles) e Jim Morrison(The Doors) em comum? O seu ídolo de juventude e que os levou a quererem ser músicos idênticos à personalidade da qual falo hoje. Foi actor mas não o teria sido se não tivesse começado na música. Os anos 50 foram seus e de mais ninguém e portanto não podiamos passar sem fazer uma homenagem ao Rei do Rock. Esta semana, ouvidos bem abertos para: Elvis Presley.
  Elvis nasceu e cresceu no Memphis e foi numa pequena editora da sua terra, a Sun Records, onde gravou temas como "Blue Moon of Kentucky"e "That's Allright Mama", começando a ter sucesso primeiro a nível local e posteriormente a nível nacional e mundial.
  Depois de conhecer Tom Parker(manager que impulsionou ainda mais Elvis no "show business" até ao fim dos seus dias), Elvis começa a gravar em New York e eis que é gravado "Heartbreak Hotel" que bate o valor recorde de 1 milhão de cópias! Tem início a febre "Elvis" e as típicas imagens das raparigas aos gritos que vemos a preto e branco aparecem realmente.
  Elvis lança grande êxitos como "Hound Dog", "Don't Be Cruel", "Love me Tender", "All Shook up", "Teddy Bear", "Jailhouse Rock", "It's Now Or Never", "Can´t Help Falling In Love", "Surrender", "Crying In The Chapel", "Mystery Train", "In The Ghetto" e "Suspicious Minds".
  Em 1962 Elvis é obrigado a cumprir serviço militar, estando longe do estúdio e da maior parte do público, sendo nesta época que também se começa a tornar dependente de vários tipos de comprimidos, que culminaram com na sua morte em 1977.
 
 Fica a nossa homenagem ao grande Rei do Rock, sendo que foi graças a ele que assistimos a uma completa viragem a partir dos anos 50, sendo por isso o motivo pelo qual tivemos tão boa música nas décadas seguintes! "Elvis has left the building"!

Bernardo Mascarenhas

terça-feira, 29 de abril de 2014

DOPE D.O.D - Um Hip Hop em ritmo Dubstep



Eu falo do que oiço, e o que tenho ouvido muito são vertentes de Hip-Hop, perdoem, por favor. Venho vos falar agora de um grupo bastante peculiar, de nome DOPE D.O.D! Hip-Hop está na raiz a 50% como musica electrónica arraçada de Dubstep, estranho não é? Muito estranho, respondo. Não estava À espera quando em 2012/2013 ouvi a primeira música destes “meninos”, a “What Happened?”, gostei bastante de início, algo diferente, fui logo a favor e pesquisei por mais.
  Mas vamos a ver, quem são os DOPE D.O.D? Três seres humanos, dois de origem holandesa, mais propriamente de Groningen, mais precisamente Skits Vicious e Dopey Rotten, e o terceiro elemento Jay Reapper de origem inglesa, pouco mais se sabe da vida pessoal destes três rapazes, apenas acrescento os penteados destes senhores, especialmente de Skits Vicious, vão ver, é estranhíssimo (algo recorrente no trabalho do colectivo). Sabe-se, que no colectivo DOPE D.O.D tiveram uma ajudinha ao subir à ribalta de bandas como Korn e Limp Bizkit (visível no seu single “Gatekeepers”, 
Começaram com Branded em 2011, antes disso editaram um pequeno EP, ou melhor EVIL EP. Da Roach, foi o que se seguiu e antecede o novo álbum, que está quase a sair, MasterXploder, com algumas musicas desvendadas.
                Têm uma aura à volta da música que fazem quase misteriosa, sinistra, e às vezes a pedir um filme estilo thriller para acompanhar, mas sempre com a vivacidade de uma “ajudinha electrónica” nos seus instrumentais.
 A meu bom ver, creio que o melhor a fazer é ouvir o single que começou esta aventura para o trio holandês/inglês, “What Happened” , ouçam também a” Rocket” é também um gancho mesmo no queixo, boa música, cheia de energia, e se calhar finalizo com um featuring que os DOPE fizeram com um rapper italiano, Salmo, que vale a pena ver também, de nome “Blood Shake” ( atenção, agressiva por natureza esta bomba sonora).



Francisco Andrade

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Skills & The Bunny Crew e Um Corpo Estranho

Este é um espaço onde vão poder conhecer jovens bandas nacionais com muito talento e que procuram afirmar-se no panorama musical português. Podem cantar em português, em inglês ou até ambos, aqui o que interessa é o seu potencial. Nesta primeira edição dou-vos a conhecer os Skills & The Bunny Crew e os Um Corpo Estranho.
Skills & The Bunny Crew
Os Skills & The Bunny Crew cantam na língua que é de todos nós embora o nome possa indiciar o contrário. São quatro elementos e vêm de Lisboa, Almada e Póvoa de Santa Iria. Tudo começou em 2008 quando Skills, Pedro Mourato, José Garcia e Tropa se juntaram e decidiram criar uma banda.
Cinco anos de trabalho intenso deram origem ao álbum de estreia, intitulado “Musa de Guerra”, que chegou recentemente às bancas. Podemos dizer que ao longo das dez faixas deste primeiro álbum navegam por diversos estilos musicais, nomeadamente o funk, o soul, o pop e até algum rap. É impossível não notar a importância das letras assim como a mestria com que foram concebidas. Este é um álbum marcado por duas faces: uma doce e suave, a outra mais dura e agressiva.
São frequentemente comparados aos Da Weasel e compreende-se porquê. Ainda agora foi editado o álbum de estreia e já nós ansiamos por mais e melhores faixas. Skills, o vocalista, exala carisma por todos os poros e promete ser uma das grandes revelações da música nacional.
Aconselha-se vivamente a audição de “Rosa de Espinhos”, “Grita por mim”, “Como tudo começou” e “Principio do nada”.

Um Corpo Estranho
O outro destaque desta primeira edição são os Um Corpo Estranho. Vêm de Setúbal, são compostos por João Mota e Pedro Franco e nasceram em 2012. Assumem que o rock, os blues, o tango e o fado são algumas das suas inspirações musicais o que só podia dar uma grande mistura!
Já editaram três EP’s: “Um Corpo Estranho” (de 2012), “Homem Almofada” (de 2013) e “De não ter tempo” (de 2014). Chegaram há pouco tempo mas claramente vieram para ficar. O talento está lá por isso mantendo o trabalho árduo, e tendo alguma sorte pelo caminho, certamente que chegarão ao estrelato.
É obrigatório ouvirem “Amor em contramão”, “Auto-coação”, “No fim tudoestá bem” e “Bicho escondido”. Esta é uma daquelas bandas que vai certamente povoar a sua playlist e à qual é fácil augurar um futuro brilhante. 


Bruno Neves

terça-feira, 22 de abril de 2014

SBTRKT - Um ansiado reencontro



Esta semana dei comigo a pensar sobre o que haveria de escrever. Existe sempre uma banda nova pronta a ser descoberta, e milhares de outras sobre as quais escrever claro, mas queria fazer algo diferente. Assim, escrevo algo mais pequeno que o habitual mas também mais pessoal. Escrevo sobre Sbtrkt
                Lembra-se da nova vaga inglesa? Este é talvez um dos primeiros projectos da mesma. Um projecto de música electrónica do Dj Aaron Jerome, ao vivo em colaboração com Sampha (outro grande nome dessa vaga), ficou Sbtrkt porque, segundo Aaron, permitia-lhe manter o anonimato, subtrair-se a pessoa da música. Ainda dentro do conceito de anonimato, os Sbtrkt actuam com máscaras de cerimónia tribais.
                Em relação à música, após uma série de remixs (de artistas como M.I.A e Radiohead, por exemplo) lançam o 1º álbum e único até agora, homónimo, em 2011. Com uma forte presença de sintetizadores, samples e efeitos, aliado à voz de Sampha (Hold on) ou Jessie Ware (Right Thing To Do), trouxe algo de novo à cena musical. Pessoalmente, um dos cd’s que mais tempo passei a ouvir nesse ano e sem dúvida um dos melhores, conseguindo juntar a tudo o que foi dito anteriormente uma letra bem mais significativa do que costuma acontecer no género. Em 2012 passaram pelo palco secundário do Optimus Alive (no dia de Radiohead) num concerto tão bom como menosprezado ou mesmo ignorado.
                Apesar de já terem passado três anos desde o último álbum, não se conhecem planos para o lançamento de um novo. Já este ano lançaram o EP Transitions que pode ser escutado no site da banda. A génese mantêm-se com todos os efeitos, sintetizadores e batidas certas, mas tira-se aquilo que provavelmente de melhor e inovador tinha o álbum, as vozes e consequentemente a letra. Talvez seja mesmo uma transição e o futuro dos SBTRKT passe por isto, como fã do primeiro disco, apesar de excelente em qualidade e de reconhecível a marca, acho que se perde a diferenciação.
                Tendo já presença garantida em Portugal, novamente no Optimus Alive, e sendo lhes reconhecida a sua capacidade nas atuações ao vivo, é esperar para ver se os tribais vão mostrar a sua faceta antiga ou a sua transição para o que se espera um futuro mais reconhecido.

Sugestões (para além das músicas referenciadas), apesar de recomendar o disco na sua totalidade, principalmente para quem gosta do estilo:


Gonçalo Matos

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Asher Roth - O barba ruiva do Hip hop


Adoro a faculdade, adoro estudar, já dizia Asher Roth no seu hit mais conhecido “I Love College”, que data de 2009. É sobre este artista que vos venho falar, Asher Roth.
 É outro rapper americano, de Pensilvânia, podemo-lo chamar de rapaz estudioso, mas que tem algo de especial em si (ou secalhar sou eu que não tenho algo bem em mim). Por onde começar…tem cabelo comprido, cada vez mais para ser honesto, é “branquelas”, chamo-o o Eminem hippie, se escutarem algumas músicas dele, logo entendem o porquê de lhe chamar tal coisa. Agora do que ele faz pela música, posso dizer que é um hip-hop muito localizado, muito seu, com batidas que, tranquilamente, chamaria de refrescantes.
 Partilha algumas musicas com um bom produtor que gosto bastante, Chuck Inglish (bom beatmaker também), fala, no inicio da sua carreira como rapper, de temáticas mais “marotas”, individuas do sexo feminino, embriaguez, e posses monetárias, mas creio que no fundo, é boa pessoa.
 À medida que vemos o tempo passar, vemos Asher Paul Roth a “acordar” para temáticas mais relevantes (exemplo perfeito é a sua musica de nome G.R.I.N.D, comparo-a à música de Ice Cube- It’s a Good Day, logo percebem!
A evolução de Asher Roth torna-o quase bipolar, de músicas de freshman, a músicas mais, diria, underground como In The Kitchen (onde Chuck Inglish está envolvido) com uma batida sonante, potente, repetitiva mas com uma audácia vocabular para mim extraordinária, para músicas menos elaboradas como Apple & Bananas, uma música engraçada, alegre, com vida, simples (a song to sing along… see what I did there?) até músicas mais do estilo “diss” (mandar bocas, algo típico neste mundo) como a Lark On My Go-Kart.  Ah! Esqueci-me, muitas músicas dele excedem-se em bons samples e uma vibe jazzy! Isto acontece até certo ponto que Asher lança uma música chamada Tangerine Girl, muito retro, alias, fáz a ponte para o seu próximo álbum intitulado RetroHash…dá para perceber o que vai sair daqui (deixo aqui o link https://www.youtube.com/watch?v=wKX5_c3PpY4 “hádem” de gostar), estamos na zona de impacto de um álbum bastante universal devido à temática retro fundida com o hip-hop característico de Asher Roth, estou honestamente à espera de algo ao nível de Childish Gambino, em termos de sonoridade, com os acréscimos de Asher.
 Se estão a duvidar do sucesso deste menino, digo-vos, fez dueto com Busta Rhymes, alguém consagrado no mundo “hiphopeano”, Akon, Kerri Hilson, Cee Lo Green, é de confiar, finalizo.


Figura  1 Um senhor do hiphop com belos cabelos ruivos, estranho!


Musicas para ouvir deste senhor serão :
In the Kitchen (
https://www.youtube.com/watch?v=38QU8BnMEWA );
I Love College (
https://www.youtube.com/watch?v=qYx7YG0RsFY );
Rik Smitts (
https://www.youtube.com/watch?v=6rDqf-q9d8Y );
G.R.I.N.D (
https://www.youtube.com/watch?v=zdlkJUU4HtU );
Lark On My Go-Kart (
https://www.youtube.com/watch?v=G1EgjL1ujGM );
Common Knowledge (
https://www.youtube.com/watch?v=VTfrbU74TdE );
Dope Shit (
https://www.youtube.com/watch?v=eeb7YpFhXew ).




PAROU TUDO, falta-me dizer algo que não disse anteriormente….Música. É tudo


Francisco Andrade

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Chet Faker - O contra Australiano

O texto desta semana vai para aquele que, apesar de ainda ser bastante desconhecido, não deixa de ser um dos mais intrigantes e aguardados da edição deste ano do Optimus Alive. Isso mesmo, Chet Faker.
                Nicholas James Murphy, Chet Faker em palco, é um compositor australiano de música eletrónica. O nome de palco, adoptou quando as pessoas julgavam-no por outro Nicholas Murphy também ele artista mas com um estilo completamente diferente. Assim, em tributo ao grande trompetista de jazz Chet Baker, de quem é fã, escolheu Chet Faker.
                Começou por ganhar notoriedade em 2011 com uma cover de No Diggity, da banda de R&B Blackstreet’s. Contudo, foi nos dois anos seguintes que consolidou o seu reconhecimento, colaborando com The Temper Trap e Flume. Este último acabou por, com o seu álbum de estúdio, não só tornar-se um nome a ter em conta na indústria como transformar todos os envolvidos em potenciais estrelas. É aí que entra Chet Faker, que tem uma colaboração maciça no mesmo.
                Todos se questionaram quem era esta voz portentosa e cheia de soul que pautava o ritmo em Drop the game. À medida que o álbum de Flume se tornava num dos melhores do ano, na cena electrónica, a questão ia-se tornando mais relevante. Já depois de anunciada uma extensa tour, onde se inclui Portugal, e do primeiro single Talk is Cheap, saí finalmente o tão esperado álbum. Mas quem é Chet Faker mesmo?
                Caracterizar Chet Faker implica esquecermos um bocado a noção de electrónica que temos. Em Built on Glass, não existem batidas ou ritmos violentos para não “quebrar” o ambiente. Em ritmo quase chillout, apoiado por inúmeros instrumentos, destaca-se o piano e os de sopro (Chet Baker lembram-se?), e a sua voz calma (e que voz…) Chet vai percorrendo tranquilamente o seu caminho até / que divide o álbum (que pormenor delicioso nomear uma música /). Quando ouço esta primeira parte do álbum não posso deixar de recordar o primeiro de Woodkid, sem a opulência instrumental claro. A partir daí, Chet parece abandonar a sua nativa Austrália. O álbum transforma-se em algo mais “citadino”. Os ritmos calmos aceleram, apesar de continuar centrado na voz, mas transforma-se em algo como R&B electrónico. Não é qualquer crítica negativa, bem pelo contrário. É desta parte do álbum que vem aquela que provavelmente é a melhor música Cigarettes &Loneliness (muitas vezes comparada a algo que Alt-J faria). Para terminar o disco, um solo de guitarra em Dead Body simplesmente porque sim (mais um pormenor).
                Pode ser necessária mais do que uma audição para gostar do álbum, e pode acontecer que quem ache piada à primeira parte não goste tanto da segunda (ou vice-versa) mas vão sempre reparar em pormenores em ambas as partes. É a mais valia deste álbum, tudo se articula com perfeição suficiente para se puder incluir pequenas coisas que de outra forma passariam ao lado (ouça-se a trompete em background de Talk is Cheap ou o “tic tic” em Melt). O resto é para descobrir!
                Talvez seja uma abordagem diferente mas ir contra o sistema nem sempre é mau. Para Chet eletrónica é um meio e não o fim. E estamos todos ansiosos por descobrir como isso funciona ao vivo no último dia do Optimus Alive!

Sugestões (para além das músicas referenciadas que incluem um link direcionadas para as mesmas):




Gonçalo Matos




quarta-feira, 16 de abril de 2014

Muse: 7º álbum a caminho, quais as expectativas?

O passado fim-de-semana foi o primeiro de dois do famoso festival Coachella.
Para quem nunca ouviu falar do Coachella é simplesmente o festival onde todas as estrelas de Hollywood (e não só) se juntam anualmente para este grande festival que é composto por 2 fins-de-semana.
Para quem já ouviu falar sabe que as meninas gostam imenso do Coachella por causa dos “outfits” que as estrelas usam, pessoalmente interesso-me também pelos concertos e pelo seu alinhamento. Estava eu portanto, a “estudar” o alinhamento do cartaz este ano e vi que os Muse iam tocar nesse preciso fim-de-semana. Pus-me a pensar que, realmente, há já muito tempo que não ouvia falar dos Muse, muito menos ouvia a sua música há algum tempo. Fui pesquisar então se havia por ventura alguma novidade que me tivesse escapado e não é que havia mesmo? No rescaldo do festival, Dominic Howard (o baterista) disse em entrevista que os Muse se iam enfiar num estúdio e começar a preparar o 7º álbum a partir de Maio (7º Já? What?), porém não deram certezas se, este, seria ainda lançado no final deste ano, mas que provavelmente a data de lançamento seria para o próximo ano. A entrevista é complementada ainda com a possibilidade do estilo do novo álbum vir a romper com as tendências utilizadas no “The Resistance” (2009) e “2nd Law”(2012), aquele estilo mais electrónico (dubstep), sinfónico e orquestral para se voltarem a ligar ao “basics”, penso que seja um ponto positivo... a ver vamos.
Olhando para o seu percurso, tenho que admitir que outrora os Muse já estiveram no meu TOP de bandas favoritas, porém após os últimos dois álbuns essa posição foi descendo gradualmente. Não que tenham perdido qualidade, porque nunca a perderam, sinceramente foi porque fugiram um bocado ao seu estilo inicial tornando-se demasiado comerciais. Eu gostava imenso deles por serem demasiado irreverentes á sua época, de tal maneira que cada música parecia algo vindo de outro Mundo por ser algo tão excêntrico.
Os Muse são aquela banda que são incansáveis em palco, dão concertos fenomenais já para não falar que Matt Bellamy, bem, é um génio da música e da performance como não se vê em muitas bandas, e que diz ser muito influenciado por Jeff Buckley*. 
Formaram-se originalmente em 1994, mas lançaram apenas o seu primeiro albúm de estúdio em 1999 “Showbiz” onde se destacam as músicas “Muscle Museum” e “Sober”. Em 2001 começa o percurso dourado quando lançam o mítico “Origin of Symmetry” ao qual se destacam “Plug in baby”, “Feeling good” e “Space Dementia”. Em 2003 lançam o também excelente álbum “Absolution” onde se destacam “Time is running out”, “Sing for absolution”, “Stockholm Syndrome”  e “Hysteria”. Em 2006, lançam o “Black Holes and Revelations ,onde se destacam “Starlight”, “Supermassive Black Hole”, “Map of the Problematique”,  “Assassin”, “City of delusion” e “Knights of Cydonia”.
Em 2009 sai “The Resistance” que na altura não recebeu muitas críticas boas porque, lá está, começaram a desviar-se do estilo original. Mesmo assim, destaco “Uprising”, “Resistance”, “Guiding Light” e “MK ultra”. E por último (até agora) em 2012 lançam “The 2nd Law” que deixa mesmo um pouco a desejar destacando apenas “Supremacy”, “Panic Station” e “Madness”, ah! Não esquecendo também “Survival” que foi seleccionada como uma das canções dos Jogos Olímpicos de Verão de 2012.
Posto isto, fizemos uma pequena viagem pelo percurso promissor dos Muse, que tal como quase todas as bandas teve um caminho menos bom com os dois últimos álbuns, porém não podemos parar de elogiar os Muse porque são, de facto, uma banda extraordinária e única pela sua irreverência e excentricidade e fica aqui também os votos de sucesso para o novo álbum que se avizinha!


*outro mestre da música, para quem não conhece ou não leu, vejam a crítica por mim lançada há umas semanas.


Genésia Freitas

terça-feira, 15 de abril de 2014

O maior Trio do Grunge: Nirvana

abrir primeiro: http://www.youtube.com/watch?v=50Y8UBKI09k

Fizeram parte do movimento característico dos anos 90, um som rasgado e forte, letras depressivas e fortes, um vocalista e compositor genial acompanhado de outros dois grandes músicos, basicamente, graças a este trio nasceu o Grunge-Rock e banda que vos falo tem este nome: Nirvana.
Liderados por Kurt Cobain na voz e na guitarra, um baterista louco e fantástico chamado Dave Grohl e um baixista com tendência para piadas, Krist Novoselic, os Nirvana foram uma das maiores forças musicais que tiraram o trono às bandas do Glam-Rock no início dos anos 90.
A banda começou, tal como outras bandas do movimento Grunge, a sua actividade no final dos anos 80, onde o público que tinham era extremamente reduzido, porém, tudo mudaria com a entrada na última década do século XX onde a mensagem “Não precisamos de tocar extremamente bem para podermos fazer música” ganhou uma enorme força e os Nirvana provam isso mesmo, pois sejamos sinceros, Kurt não cantava nem tocava assim tão bem, no entanto, isso não o impediu de escrever obras primas que influenciam muitos músicos dos dias de hoje.
Os Nirvana, em 1989 encontravam-se no submundo da música, tinham assinado com a editora SubPop Records com a qual lançaram o seu álbum de estreia - “Bleach”. É um álbum um pouco sombrio, no entanto possui músicas fantásticas que já mostravam a capacidade de escrever que Kurt tinha como nas canções “Blew” ou “About a Girl”(canção escrita para Courtney Love, mulher e mãe da filha de Kurt Cobain, France Cobain).
O álbum passa um pouco despercebido e vende poucas cópias, mas a Geffen Records(Editora de grandes bandas como os Guns N' Roses) apercebe-se do potencial da banda e assina contracto com o trio que apartir deste momento já conta com Dave Grohl na bateria, o que foi claramente um impulso importante.
Em 1991 é lançado o álbum “Nevermind” e os Nirvana alcançam inesperadamente o estrelato absoluto. O primeiro single do disco “Smells Like Teen Spirit” catapultou o disco e as vendas aumentaram imenso sendo considerado um álbum de referencia para muitos ouvintes e sendo considerado o álbum do ano de 1991. Para além de “Smells Like Teen Spirit”, os Nirvana lançaram também outros sucessos com “Nevermind” como “Come as You Are”, “Polly”, “Lithium”, “On a Plain”, “Drain You” e “In Bloom”.
Após o sucesso a nível mundial e apercebendo-se que a mensagem das suas músicas não estava a ser compreendida, Kurt Cobain entra numa depressão que envolveu drogas e álcool que não o impediram de continuar a escrever letras fabulosas.
Em 1993 lançam o álbum “In Utero”, este album diferenciou-se muito do anterior mas possui excelentes músicas que demonstram por um lado os problemas existentes na vida de Kurt mas também um lado afectivo e de toda a alma que punha em todas as suas canções.
Infelizmente, a 5 de Abril de 1994, Kurt Cobain suicida-se na sua casa em Seattle com um tiro na cabeça, tendo ao seu lado a sua carta de suícidio e um maço de notas na sua mão, tornando-se um membro do conhecido “Clube dos 27”.
Já passaram 20 anos desde a sua morte e da extinção dos Nirvana, no entanto, é certo que esta banda, assim como o seu som tornou-se intemporal e assim vai continuar até porque como diz uma conhecida frase: “Grunde is not dead!”. A nossa homenagem aos Nirvana e ao seu falecido membro Kurt Cobain.

Bernardo Mascarenhas