terça-feira, 27 de maio de 2014

Drenge - Os The Black Keys de Derbyshire

As razões que me levam a apresentar esta banda são três: em primeiro lugar porque foram recentemente confirmados na edição deste ano, do ainda Optimus Alive, sendo uma das várias estreias que o festival lisboeta nos irá proporcionar em Julho. Em segundo lugar, porque são uma banda que curiosamente, descobri através de um comentário visualizado no youtube num vídeo de uma atuação dos Royal Blood, banda que já aqui foi apresentada anteriormente. E por último, porque sigo com grande interesse e entusiasmo a cultura musical produzida no Reino Unido, em especial em Inglaterra onde cada vez mais surgem projetos interessantes capazes de fazer frente à indústria musical americana.

Justificações feitas, passo agora a falar-vos dos Drenge. Pois bem surgiram em 2011, e são eles dois irmãos britânicos naturais de Castleton, uma pequena vila pertencente ao distrito de High Peak que integra o condado de Derbyshire, Inglaterra. Eoin Loveless, Rory Loveless, guitarrista/vocalista e baterista respetivamente.



Em Inglaterra, os dois irmãos são conhecidos como os The Black Keys de Derbyshire
Sendo um duo que consiste apenas na guitarra e na bateria e sendo eles apelidados no meio musical como os The Blacks Keys de Derbyshire, é inegável que ao ouvirmos esta banda nos irá imediatamente soar aos já míticos The White Stripes e aos referidos The Black Keys. Talvez por esta razão este novo duo tenha como estilo musical o blues rock e o garage rock, havendo no entanto quem os classifique como uma banda de grunge/post grunge e punk rock.

O nome da banda, Drenge tem um significado interessante uma vez que surgiu do interesse dos dois irmãos pela Dinamarca em especial pelo movimento cinematográfico Dogma 95, originário deste país. Curiosamente, Drenge em linguagem dinamarquesa significa no idioma britânico boys, daí a razão para a escolha do nome por parte do grupo.

Este duo de irmãos, andou em digressão durante o ano de 2013 com os Peace, banda que se estreou em Portugal no último verão no festival Paredes de Coura e com o também duo californiano, Deap Vally abrindo os seus concertos. Tendo também aberto os concertos da banda The Cribs na Brixton Academy em Londres. Também as estreias em festivais aconteceram, neste caso no mítico Glastonbury onde deram um concerto que levou o público à loucura.

À semelhança dos também ingleses Alt-J e dos australianos Temper Trap editaram o seu primeiro disco: “Drenge” pela editora independente Infectious a 19 de Agosto de 2013. Tendo recebido críticas positivas por parte dos principais meios de comunicação ligados ao panorama musical, as revistas Clash e NME, classificaram-nos ambas com nota 8 em 10, também o britânico The Guardian o classificou com quatro estrelas.

Do álbum fazem partem doze faixas, que na sua maioria se classificam por fortes riffs de guitarra de Eoin Loveless e sempre com um tipo de letras bastante ligado à raiva e frustrações de um geração ainda jovem, em especial em temas como o amor. O The Guardian na review que fez ao disco refere que a banda aplica nas suas letras e títulos de músicas, temas e assuntos considerados de certa forma bizarros e um pouco violentos, sugerindo as músicas: “Dogmeat”, “Bloodsports” e “Gun Crazy”.
Seguindo um ritmo acelerado em todo o disco e uma lógica profundamente rock n’roll dura e crua, isso quebra-se nas duas últimas faixas: “Let’s Pretend e “Fuckabout” , onde a banda se apresenta numa realidade mais suave e intimista.
Este é sem dúvida um disco que merece ser escutado do início ao fim para conhecer em profundidade a realidade dos Drenge.

Os  Drenge escolheram como cenário para a capa do seu álbum, o Cemitério de Wardsend em Sheffield

Com presença garantida na edição deste ano do Optimus Alive, os dois irmãos irão tocar também no festival espanhol Benicassim seguindo depois por um digressão pelos EUA, regressando findalmente a Inglaterra para integrar o cartaz do Festival de Reading e Leeds.
Com o fim dos The White Stripes e com o crescimento dos The Black Keys, é cada vez mais evidente a ascensão de duplas que difundam e levem o garage e o blues rock ao lugar onde estes merecem estar.



João Fernandes

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