segunda-feira, 24 de março de 2014

The War On Drugs - O regresso dos anos 80

Há momentos na vida em que retroceder e ver como as coisas eram feitas antigamente não representa nada de errado. Como em tudo, a música não foge a essa regra. Assim, o texto desta semana é destacado, e inteiramente merecido diga-se, aos The War on Drugs (com concerto já marcado no Optimus Alive dia 12 de Julho).
                Mas que tem isso a ver com antigamente? Perguntam. Tudo na verdade, se dedicarmos tempo a ouvi-los. A banda formou-se em 2005 em Filadélfia através do duo Adam Granduciel e Kurt Vile, esse mesmo que já veio e está de volta ao Paredes de Coura. Após ambos se terem mudado para a cidade recentemente, perceberam que as sonoridades que ouviam, essencialmente country rock, conjuntamente com as suas capacidades de escrita podiam resultar em algo. Depois do lançamento do 1º álbum, Wagonwheel Blues (2008), e respectiva tour, Kurt decidiu partir para apostar na carreira a solo. No meio de uma constante troca de membros lançam em 2011 o seu 2º álbum de estúdio, amplamente elogiado pela crítica e que os tornou conhecidos, denominado Slave Ambient.
                Chegamos à actualidade, a Lost In The Dream, ao antigamente. Com uma sonoridade estilo anos 70/80 mas sem grandes correrias para chegar ao objectivo, com calma acabamos por encontrar os pormenores que fazem de cada música uma pequena obra-prima. O nome do álbum, esse, podia ser uma metáfora para a capacidade de Adam de se manter fiel às décadas 70/80, perdido num sonho da sua música ideal. A verdade não está assim tão longe, o disco revela o perfeccionismo de Adam que, apesar de deixar mais do que nunca os restantes membros ajudarem a compor o disco, atrasou constantemente o processo de criação. Se ouvirmos com atenção conseguimos perceber porquê. Se ouvirmos com atenção conseguimos ouvir Bob Dylan ou mesmo Bruce Springsteen. Se, e só se, ouvirmos com atenção percebemos, através da letra e do ritmo, que não existe perfeição mas que isto é o mais próximo que havemos de chegar.
                Um verdadeiro tesouro para ser descoberto no Optimus Alive no que, e a fazer jus ao álbum, promete ser um dos concertos desta edição! É inovador? Não. Mas lá está, às vezes faz-nos bem recuperar o que existe de bom!

Sugestões (apesar de recomendar todo o álbum):




                

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