sexta-feira, 14 de março de 2014

Rolling Stones

Todos nós, a certa altura da nossa vida, nos propomos a um desafio que tem muitos mais riscos que benefícios. O texto desta semana vai ao encontro disso, com a notícia esta semana que haveria a possibilidade de virem cá decidi retomar a ideia deste texto. Assim, o texto desta semana é dedicado aos The Rolling Stones! Uma banda que mesmo para quem não aprecia todos conhecemos pelo menos uma música. Contudo, que dizer de uma banda que cada membro daria para um texto por mérito próprio? Uma banda que está indiscutivelmente em qualquer discussão sobre a melhor banda de sempre? Uma banda que ajudou a reformular os Blues e o Rock? Ufff... Talvez começando do início…
Os Rolling Stones foram formados em 1962, baseados num reencontro entre Keith Richards e Mick Jagger, amigos de infância até o último se mudar. Antes dos Rolling Stones, conjuntamente com Dick Taylor, Alan Etherington e Bob Beckwith, já haviam formado os Blue Boys. Em Março do mesmo ano participam num concurso de Jazz onde se encontram com a banda Blues Incorporated, que era composta por muito do que seria a banda. Pouco depois Jagger, Richards e Taylor juntam-se a Brian Jones e Ian Stewart  (Charlie Woods juntar-se-ia em 1963), que haviam conhecido no concurso e acompanhado nos Chicago Blues (outra banda pré-stones), formando assim a base original dos Rolling Stones. Curiosamente a origem do nome é igual à da revista com o mesmo nome, que surgiu pela mesma altura. Ambas provêm da música “Rollin' Stone” de Muddy Waters.
                Com os primeiros concertos, onde tocavam Chicago Blues e covers, veio o reconhecimento e o primeiro agente. Andrew Oldham, curiosamente mais novo que qualquer membro da banda, foi o agente recomendado pelos clientes anteriores, nada mais nada menos que os Beatles! Entre as várias alterações, centrou a imagem dos Rolling Stones numa antítese dos Beatles e afastou Ian Stewart dos holofotes, apesar de se ter mantido como manager de digressão e pianista até à sua morte.
                Apesar dos concertos e primeiros álbuns serem constituídos largamente por covers com algumas músicas de Jagger e Richards a apoiar, em 1964 arrancam com a sua primeira tour pelos E.U.A, que se revelaria desastrosa. Valeu pela possibilidade de gravar em Chicago e conhecer pessoalmente muitas das influências, incluindo Muddy Waters.
                O ano de 1965 mostrar-se-ia muito melhor e o início da carreira como a conhecemos, mundial. Lançam dois LP, The Rolling Stones No.2 e Out Of Our Heads, e singles como “Satisfaction” e “Get out of my Cloud” que atingem o nº1 dos tops americanos e ingleses. Isto levaria ao abandono das covers e em 1966 estreiam-se com o primeiro álbum escrito inteiramente por Jagger e Richards, Aftermath, que inclui “Paint it, Black” e “Under My Thumb”.
                Com a década de 60 a acabar os problemas começaram a surgir. Apesar do lançamento de músicas como “Jumpin’ Jack Flash” e “Sympathy for the Devil”, relatos de incidentes com drogas chegam às primeiras páginas e Richards, Jagger e Jones acabam presos. A juntar a isso a troca de Oldham por Allen Klein como agente e em Julho de 1969 a trágica morte de Brian Jones, que seria substituído por Mick Taylor. Nesse mesmo ano lançam o álbum Let it Bleed que incluía “Gimme Shelter” e “You can’t always get what you want”.
                  A década de 70 trazia novamente mudanças. Acabam o contracto com Klein e começam a sua própria editora, a Rolling Stones Records. Para capa do primeiro álbum da editora pedem ajuda a Andy Warhol, surgindo aí o mundialmente reconhecido logo da língua de fora.
O álbum, Sticky Fingers, incluía entre outras a famosíssima “Brown Sugar”. Lançariam ainda na primeira metade da década um dos seus mais famosos álbuns, Exile on the main street, singles como “Angie” e veriam Mick Taylor abandonar após 5 anos na banda para ser substituído por Ronnie Wood. Porém, os problemas com drogas começavam a minar a amizade de Richards e Jagger bem como a banda em sí. Apesar de alguns sucessos como “Start me up” e uma prolongada e lucrativa digressão pelos E.U.A, as drogas e o surgimento do punk mostravam se oponentes de peso. Concentrado no projecto a solo, Jagger desligou-se da banda e a banda acumulou insucessos, para aquilo que se esperava da mesma, sendo preciso esperar até 1989 com o álbum Steel Wheels para surgir novamente uma digressão. Após isto a banda fez uma pausa e retomou a actividade com Voodoo Lounge em 1994. Após a edição de mais 3 álbuns eram cada vez mais as tours, com a presença em palco da banda e os hits colecionados ao longo dos anos que mantinham a chama dos Rolling Stones viva.
                Para comemorar os 50 anos de vida, a banda lança o best of GRRR! composto por 3 cd’s, dando um total de 50 músicas.
                Foi esta a vida, até agora, dos Rolling Stones. Baseada na excentricidade de Sir Mick Jagger, que apesar da rebeldia foi condecorado cavaleiro pela rainha de Inglaterra, pelo génio da guitarra que é Keith Richards apesar de todo o historial de drogas e sem dúvida pela capacidade dos fãs de acompanhar os Rolling Stones religiosamente ao longo destes anos todos. Para quem, como eu nunca teve a possibilidade de os ver, as recentes noticias que dão como certa a sua presença este verão, são ouro sobre azul. 
Sugestões? Muito ficou de fora, mas todas as músicas referencidas têm link e sugiro mesmo a discografia completa ou então o best-of. Um marco na história da música no fim, deste texto, fica um misto de dever cumprido mas que haveria muito mais para se contar.


Gonçalo Matos

                

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