Na crónica desta semana, após muito reflectir num tema
actual e que fosse simples, eis que tropeço num tema que me tem vindo a suscitar
uma certa curiosidade. Sendo assim, o tema desta semana é sobre as origens do
Indie Rock e no que este estilo musical consiste.
Antes de mais vamos organizar ideias pegando pela palavra
“Indie. Ora “Indie” por si só remete para independente. Ok, Indie significa
independente. Mas o que tem a ver isso com o estilo de música? Pois bem, no que
toca á questão musical o Indie aplica-se a todas as bandas, produtoras ou
artistas que não têm contrato de publicação e distribuição e que lançam os seus
projectos por conta própria.
Grupos de Rock como The Smiths, Sonic Youth, Dinosaur Jr e
R.E.M. que cresceram num meio de gravações caseiras e de selos menores, mas que
acabaram posteriormente anexados às grandes gravadoras. Bandas de garagem que
sem o patrocínio de gigantes como a Universal, EMI, Sony e outras gravadoras,
se lançavam por selos menores – SUB POP, Matador, Merge, entre outros. Não era
uma questão de preferência ou género musical, apenas um método de
distribuição/comercialização.
Agora que estamos de ideias organizadas vamos viajar um
pouco no tempo, até aos anos 80 do séc.XX. Lembram-se desses anos? (Se calhar a
maior parte de vocês não se lembra porque não eram nascidos) Mas mesmo que não
te lembres ou não saibas o que é basta chegares ao pé do teu pai e pedir que
ele te conte o que aconteceu realmente de tão importante nesses anos para a música.
E decerto ele te dirá que esses anos foram o marco mais importante da história,
onde se deu verdadeiramente o “BOOM” da música.
Tudo começou no Reino Unido quando começaram a aparecer imensas bandas que não se inseriam no “profile” das grandes indústrias musicais.
Como na altura a Internet era todo um mundo ainda desconhecido para a
divulgação das bandas, obviamente que os seus meios de promoção eram outros
como os shows e os college radios (considerados como o berço do indie) através
dos quais se ia passando a palavra de boca em boca.
Com a viragem do século e o aparecimento de cada vez mais
bandas independentes, o outrora reduzido grupo de artistas independentes
cresceu e alcançou o grande público. Como uma tentativa da imprensa e do
próprio público em identificar a sonoridade da época – um resgate do rock de
garagem do fim da década de 1970 com o pós-punk do começo dos anos 80 -,
artistas como The Strokes, inicialmente apresentados por selos independentes
foram classificados como Indies. Foi aqui que se passou a tentar encontrar e
identificar uma sonoridade para defini-la como sendo do estilo Indie passando pelas
guitarras aceleradas ou passando pelas variações do folk ao rock, do pop ao
electrónico, basicamente com letras melancólicas e infantis, inserindo outros
elementos além do rock básico de guitarra-baixo-bateria (cordas, elementos
electrónicos, sopros, instrumentos vintage), revivalismo, pouca ousadia e quase
nenhum experimentalismo.
Confuso não? Pois bem para resumir o Indie Rock é uma
maneira de definir bandas de rock que não possuem influência de gravadoras ou
quaisquer outro tipo de instituição que tenha poder sobre a originalidade das
ideias da banda em questão.
Deixo também, como vem sendo habitual, as sugestões:
Under cover of darkness The Strokes
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