Há momentos na vida em que
retroceder e ver como as coisas eram feitas antigamente não representa nada de
errado. Como em tudo, a música não foge a essa regra. Assim, o texto desta
semana é destacado, e inteiramente merecido diga-se, aos The War on Drugs (com
concerto já marcado no Optimus Alive dia 12 de Julho).
Mas que
tem isso a ver com antigamente? Perguntam. Tudo na verdade, se dedicarmos tempo
a ouvi-los. A banda formou-se em 2005 em Filadélfia através do duo Adam
Granduciel e Kurt Vile, esse mesmo que já veio e está de volta ao Paredes de
Coura. Após ambos se terem mudado para a cidade recentemente, perceberam que as
sonoridades que ouviam, essencialmente country rock, conjuntamente com as suas
capacidades de escrita podiam resultar em algo. Depois do lançamento do 1º
álbum, Wagonwheel Blues (2008), e respectiva tour, Kurt decidiu partir para
apostar na carreira a solo. No meio de uma constante troca de membros lançam em
2011 o seu 2º álbum de estúdio, amplamente elogiado pela crítica e que os
tornou conhecidos, denominado Slave Ambient.
Chegamos
à actualidade, a Lost In The Dream, ao antigamente. Com uma sonoridade estilo
anos 70/80 mas sem grandes correrias para chegar ao objectivo, com calma
acabamos por encontrar os pormenores que fazem de cada música uma pequena
obra-prima. O nome do álbum, esse, podia ser uma metáfora para a capacidade de
Adam de se manter fiel às décadas 70/80, perdido num sonho da sua música ideal.
A verdade não está assim tão longe, o disco revela o perfeccionismo de Adam
que, apesar de deixar mais do que nunca os restantes membros ajudarem a compor
o disco, atrasou constantemente o processo de criação. Se ouvirmos com atenção
conseguimos perceber porquê. Se ouvirmos com atenção conseguimos ouvir Bob
Dylan ou mesmo Bruce Springsteen. Se, e só se, ouvirmos com atenção percebemos,
através da letra e do ritmo, que não existe perfeição mas que isto é o mais próximo
que havemos de chegar.
Um
verdadeiro tesouro para ser descoberto no Optimus Alive no que, e a fazer jus
ao álbum, promete ser um dos concertos desta edição! É inovador? Não. Mas lá
está, às vezes faz-nos bem recuperar o que existe de bom!
Sugestões (apesar de recomendar todo o álbum):
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