Esta semana dei comigo a pensar
sobre o que haveria de escrever. Existe sempre uma banda nova pronta a ser
descoberta, e milhares de outras sobre as quais escrever claro, mas queria
fazer algo diferente. Assim, escrevo algo mais pequeno que o habitual mas também mais pessoal. Escrevo sobre Sbtrkt
Lembra-se da nova vaga inglesa?
Este é talvez um dos primeiros projectos da mesma. Um projecto de música
electrónica do Dj Aaron Jerome, ao vivo em colaboração com Sampha (outro grande
nome dessa vaga), ficou Sbtrkt porque, segundo Aaron, permitia-lhe manter o
anonimato, subtrair-se a pessoa da música. Ainda dentro do conceito de
anonimato, os Sbtrkt actuam com máscaras de cerimónia tribais.
Em
relação à música, após uma série de remixs (de artistas como M.I.A e Radiohead,
por exemplo) lançam o 1º álbum e único até agora, homónimo, em 2011. Com uma
forte presença de sintetizadores, samples e efeitos, aliado à voz de Sampha
(Hold on) ou Jessie Ware (Right Thing To Do), trouxe algo de novo à cena
musical. Pessoalmente, um dos cd’s que mais tempo passei a ouvir nesse ano e
sem dúvida um dos melhores, conseguindo juntar a tudo o que foi dito
anteriormente uma letra bem mais significativa do que costuma acontecer no
género. Em 2012 passaram pelo palco secundário do Optimus Alive (no dia de
Radiohead) num concerto tão bom como menosprezado ou mesmo ignorado.
Apesar
de já terem passado três anos desde o último álbum, não se conhecem planos para
o lançamento de um novo. Já este ano lançaram o EP Transitions que pode ser
escutado no site da banda. A génese mantêm-se com todos os efeitos,
sintetizadores e batidas certas, mas tira-se aquilo que provavelmente de melhor
e inovador tinha o álbum, as vozes e consequentemente a letra. Talvez seja
mesmo uma transição e o futuro dos SBTRKT passe por isto, como fã do primeiro
disco, apesar de excelente em qualidade e de reconhecível a marca, acho que se
perde a diferenciação.
Tendo
já presença garantida em Portugal, novamente no Optimus Alive, e sendo lhes
reconhecida a sua capacidade nas atuações ao vivo, é esperar para ver se os
tribais vão mostrar a sua faceta antiga ou a sua transição para o que se
espera um futuro mais reconhecido.
Sugestões (para além das músicas referenciadas), apesar de
recomendar o disco na sua totalidade, principalmente para quem gosta do estilo:
Gonçalo Matos
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