Mais uma semana, mais um texto.
Esta semana é direccionada para algo mais pessoal. Assim, pretendo dar a
conhecer uma das minhas bandas preferidas, os Gorillaz. Todos temos umas bandas
que adoraríamos ver, para os sortudos repetir, mais do que qualquer outra.
Aquelas às quais recorremos nas mais variadas situações. Para mim, os Gorillaz
são sem dúvida uma dessas bandas.
Mas
quem são estes seres animados que tão boa música produzem? Na verdade os
Gorillaz são Damon Albarn (esse mesmo, dos Blur) e o desenhador Jamie Hewlett.
Juntos, estes dois britânicos criaram algo nunca antes feito e muitas poucas vezes tentado depois. O primeiro encontro deu-se em 1990, quando Jamie foi convidado
a entrevistar os Blur, mas foi em 1997 que tudo se conjugou. Damon e Jamie
começam por dividir um apartamento em Londres e tiveram a ideia de criar os
Gorillaz por causa da MTV. Considerando-a sem substância a banda criada seria
para responder a esse problema. Foi o nascimento de Stuart “D2” Pot, Russel
Hobbs, Murdoc Niccals e a “pequena” Noodle que sempre se mantiveram ao longo
das chamadas “fases” dos Gorillaz.
Da esquerda para a direita: Russel, Murdoc, Stuart e Noodles |
Para o
primeiro EP, Tomorrow Comes Today, Damon e Jamie recrutam dois nomes sonantes
do hip-hop americano, Del The Funky Homosapien e Dan The Automator. Em 2000 é
lançado então o EP que inclui singles tão reconhecidos como”Tommorow Comes Today” e “Rock The House”. Um anos depois, vem o primeiro álbum,
auto-intitulado, que juntaria “19-2000” e “Clint Eastwood” aos reconhecidos
singles ditos anteriormente. Entre b-sides e remisturas a primeira fase termina
com o DVD “Celebrity Take Down” que inclui vídeos nunca antes mostrados e
documentários.
A segunda
fase tem inicio em 2004 com o lançamento do single “Feel Good Inc.” e do
consequente álbum Demon Days (pessoalmente, um dos melhores álbuns de sempre e
o favorito), produzido por Danger Mouse. O disco valeu-lhes nomeações para os Grammys, Brit Awards e European Music Awards. Curiosamente foi no seguimento do
mesmo que os Gorillaz deram das suas atuações mais populares. Introduzindo
hologramas, pasmaram quem os assistiu nos Grammys e aqui mesmo,
em Lisboa, na cerimónia dos EMA. Destaca-se ainda as músicas Demon Days, El Mañana e DARE. A fase termina com dois DVD, um primeiro de compilação chamado
“Slowboat to Hades” e um segundo com o documentário Bananaz que demonstra os sete
anos de existência da banda, ambos lançados em 2007
Por
último a fase três, tem início em 2008 e resulta nos dois últimos discos,
“Plastic Beach” e “The Fall”. Plastic Beach é o disco com mais colaborações e
conta com nomes tão distintos como Mos Def, Snoop Dogg ou Lou Reed. Com singles
como “Stylo” e "On Melancholy Hill” a juntar-se à discografia, havia mais que
material para a primeira e única tour mundial da banda que os levou aos
festivais Roskilde, Glastonbury, Coachella e até a um concerto na Síria.
The Fall, talvez pela pouca distância desde o seu antecessor
foi o álbum menos conseguido e foi seguido poucos meses depois pela primeira
coletânea de singles da banda, tudo em 2011. Em 2012, entre outras causas devido a projectos
próprios tanto de Damon como de Jamie, é anunciado um hiato indefinido que
ainda hoje se mantém.
É
difícil descrever a música de Gorillaz face às constantes colaborações e
influências mas é garantido que aquilo que começou como um interessante
projecto resultou em algo inédito que dificilmente pode ser repetido.
Aos
textos costumam terminar com sugestões de músicas, mas como todas as músicas
referenciadas vêm com link, deixo a sugestão de tentar conhecer a história da
banda animada e as suas personagens. Dentro deste texto não me foi possível
desenvolve-la ao máximo naquilo que será certamente a maior influência na
música dos Gorillaz.
Gonçalo Matos
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