quinta-feira, 22 de maio de 2014

Ghost Stories - Uns Coldplay melancólicos

Muito separa Coldplay actual do que aquele que passou por Paredes de Coura em 2000. Dificilmente quem gostou de Parachutes, A Rush Of Blood To The Head ou mesmo X & Y vai gostar de Ghost Stories mas a vida continua e sem dúvida que os Coldplay também. Ghost Stories continua o afastamento do rock de Shiver, Politik ou God Put A Smile Upon Your Face ao mesmo tempo que se afasta (e MUITO) do animado Mylo Xyloto.
Reconhecendo que a fase rock está mais que enterrada, Ghost Stories sofre de um problema transversal a todo o álbum, salvo saudosas excepções, Midnight e Ghost Stories (disponível apenas na versão Deluxe), que se apresenta também como um imenso risco. É inteiramente dedicado à perda de um amor, seja na letra ou na melodia que a acompanha, todas as músicas remetem para uma perda inesperada e recordações amorosas. É impossível não fazer a ligação entre o disco e o recente divórcio do vocalista Chris Martin com a actriz Gwyneth Paltrow.
                Outra questão interessante, e que apenas poderá ser respondida aquando uma digressão será o espetáculo ao vivo. Aquela que foi para muitos a melhor banda ao vivo durante o tempo da digressão de Mylo Xyloto terá de puxar pelos galões para conseguir semelhante proeza com Ghost Stories. Com um disco melancólico na bagagem, dependeram os concertos dos clássicos ou assistiremos a uma nova surpresa?
Seja como for, e esperando como fã que este álbum seja apenas uma transição para algo melhor, existem músicas que têm toda a capacidade para se tornarem clássicos como Ink ou A Sky Full Of Stars.

Tal como em tudo, haverá quem ache este álbum bom e quem ache o álbum mau, principalmente os menos adeptos de música lamecha (no bom sentido do termo). Contudo, faltando um cabeça de cartaz para o Optimus Alive e, caso seja Coldplay, será principalmente os clássicos ou a curiosidade de como este álbum é apresentado que guiará as pessoas ao concerto.

Gonçalo Matos


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