quarta-feira, 26 de março de 2014

The Who - Os Destruidores do Palco!


Reconhecem esta entrada de sintetizadores? Acredito que sim mas “Quem” são os autores desta e de outras magníficas obras musicais? A pergunta está mesmo adequada ao contexto, “Quem são eles?”, se ainda não chegaram lá eu digo sem problemas nenhuns, eles são sem mais nem menos os The Who!
Mas a pergunta insiste em voltar, quem são eles? Pois bem, são 4 índividuos de Shepherd's Bush em Londres, Inglaterra, que fizeram parte da “Invasão Britânica” nos anos 60. Constituídos por Roger Daltrey(vocalista) – conhecido por rodar o seu microfone pelo cabo do mesmo em pleno palco -, Pete Townshend(guitarrista) – não é dos guitarristas mais virtuosos em termos de técnica de solo, mas sem ele a música não teria evoluído como evoluio, era conhecido por utilizar a técnica do “Moinho de vento” enquanto tocava que nem um louco e foi pioneiro a destruir instrumentos em palco -, John Entwistle(baixista) - um dos melhores nas suas funções, conhecido como “The Ox” ou “Thunderfingers”, John criou linhas de baixo impressionantes e muitos músicos actuais acreditam que se deve a ele a evolução do baixo como um instrumento fundamental numa banda – e finalmente Keith Moon(baterista) – muitas vezes conhecido por Moonie e por ser uma autêntica orquestra na bateria, tocando com agressividade assim como coordenação, foi dos primeiros bateristas a dar nas vistas perante o público, deixando muitos fãs boquiabertos nos concertos.
Os The Who começaram a carreira a tocar covers em bares e posteriormente, quando se juntam a Kit Lambert e a Chris Lipp que os tornaram numa banda modernista ou “Mod”, o que fez todo o sentido e os ajudou a catapultar para o sucesso.
Os The Who querem deixar de cantar covers e descobrem um compositor genial dentro da banda, Pete, o guitarrista da banda seria responsavel por grande parte das ideias que se tornariam albuns de sucesso. A primeira canção de sucesso(pois nesta altura as bandas começavam por lançar singles) foi “Can't Explain”, seguida por outras grandes músicas como “My Generation”, “Magic Bus” e “I Can See For Miles”, que tiveram muito sucesso em termos de vendas e os catapultaram para a televisão e para a ribalta.
Kit e Chris decidem criar a editora Track Records que seria responsável por editar não só os álbuns dos The Who numa fase inicial, mas também de outro grande músico, o lendário Jimi Hendrix!
Numa época de descoberta de novas drogas como o LSD, festivais que se tornariam lendários como o de Woodstock e após muita destruição de instrumentos em palco, no ano de 1969, tendo em vista uma escrita musical mais complexa, Pete tem a ideia para uma ópera Rock a qual chamou de “Tommy”, que consiste na história de um rapaz cego, surdo e mudo, cujo a única maneira de comunicar com o mundo era através da música e das suas vibrações. O álbum é um grande sucesso havendo uma enorme tour por todo o mundo e sendo posteriormente adaptado em filme.
Em 1970 e após ninguem ter percebido a ideia de Pete para uma experiência de Rock interactiva entre a banda e os fãs chamada “Lifehouse”, o projecto não terminou na maneira inicialmente desenhada. Em vez disso, as músicas que seriam para “Lifehouse”, passariam para um álbum: “Who's Next”. Por curiosidade, este álbum foi o maior sucesso dos The Who em termos comerciais, tendo canções épicas como “Won't Get Fooled Again”, “Behind Blue Eyes” e claro, a épica “Baba O'riley”!
Os The Who editam mais uma ópera Rock chamada “Quadrophenia”, esta com o tema do conflito entre “Mods” e “Rockers”(algo que foi quase rotina em Inglaterra nos anos 60), editando posteriormente “Who Are You?” em 1978, e este seria o ano em que o baterista Keith Moon morreria após vários anos a consumir álcool e drogas em larga escala, faleceu com apenas 32 anos.
Anos mais tarde e após vários tempos com a banda “arrumada”, foi a vez de John Entwistle deixar o mundo no ano de 2007 com 57 anos, tendo tal como o seu antigo companheiro de banda Keith, deixado um marco importante na história da música e do Rock.
Penso que depois desta crónica, já não vai ser necessário perguntar “quem” foram os The Who, porque eles foram um grande e importante marco na história que merece ser relembrado, para sempre!

Bernardo Mascarenhas

Sugestões:
Documentário: “Amazing Journey – The Story of The Who”

terça-feira, 25 de março de 2014

Eletrónico kuduro progressivo .Confuso? Apenas Buraka Som Sistema

     Podemos dizer que a origem da banda é o concelho da Amadora,mais propriamente na Buraca,mas talvez seja injusto dado á mistura electrizante de dezenas de estilos presente nas suas produções. Essa origem tem então raízes africanas,latinas,americanas,asiáticas .... Tudo isto cria os Buraka Som Sistema , a banda portuguesa com mais sucesso internacional da história,fazendo dançar pessoas seja qual for a nacionalidade ,recorrendo a instrumentos desde sintetizadores,sequenciadores,caixas de ritmos,sampleres...
     Nascidos em 2005 ,são formados por Lil 'John ou Branko ,Blaya,Conductor,Riot e Kalaf e já pisaram palcos desde as Bahamas,a França,Angola,Canadá,Holanda ou EUA.Em todos estes países os Buraka levam o público a render se á mistura de todos os estilos presentes nos seus temas. Dizem os próprios : "A pista esquenta/O people sente-a/Buraka entra/ o som rebenta/ ninguém aguenta ... " Eu subscrevo . 
    Produzindo álbuns desde 2006 ,começaram com um trabalho chamado " From Buraka to the world " ,mas o seu sucesso foi maioritariamente atingido com o single pertencente ao álbum Black Diamond ,editado em 2008 , Yah ! com contou com a participação da cantora Petty. A partir desse momento e com o lançamento desse projecto ,o sucesso desta banda atinge limites inimagináveis para um grupo da Amadora que misturavam sons provenientes das misturas das suas raízes tentando ,torná-lo numa mistura homogénea que não deixasse ninguém indiferente . Ao longo dos anos ,verificou-se claramente uma maior maturidade dos elementos ,conseguindo levar a um consenso de toda crítica . Surgiram assim temas com Hangover,We Stay Up All Night ,Kalemba ou Vodoo Love ,que dominaram as rádios sem nunca perderem a identidade que lhes conferiu a misticidade que fazem deles tão diferentes e especiais.Tornaram-se não só os reis do Kuduro ( distinção que até então pertencia ao grande Hélder ) mas como uma banda com grande importância na música electrónica.
    Como todos sabemos, os portugueses seguem muito a lógica de que a galinha das outras é a melhor que a nossa e talvez se pertencessem ás terras do Tio Sam ( onde são muito apreciados) tiveram um sucesso ainda maior ,pois muito do sucesso das bandas vem da valorização que elas têm no seu próprio país ( 70 % das suas actuações são fora do país). Como já vai sendo habitual o seu sucesso no estrangeiro é muito maior... Os membros da banda criaram uma editora de seu nome a Enchufada,responsável pela criação dos seus projectos .Por onde passam ,os Buraka tentam enriquecer a sua ideia musical com os géneros próprios de cada país .
   Aquando da sua criação, os seus membros não depositavam grandes esperanças no projecto dado que cada um tinha uma ideia diferente para o projecto ,Riot queria fazer drum & bass,o Conductor estava mais virado para o Hip Hop,Kalaf dedicava-se á poesia e Branko estava entre todos esses universos. Sendo assim os próprios classificam a criação da banda como um golpe de sorte , um mero acidente.
   Recentemente lançaram um documentário intitulado Off The Beaten Track que mostra o percurso da banda desde a sua criação,ás viagens para espetáculos,depoimentos de outros artistas como a inglesa M.I.A ou do Dj A-Trak ... A banda vai actuar este ano pela primeira vez no palco principal de um festival no seu país de origem ,( recentemente actuaram no palco secundário do Optimus Alive ) , na edição do Alive deste ano no dia 11 de Julho . Além de recomendar vivamente ao leitor, " dar um pézinho " a este festival,aconselho também a visualização do documentário e a ouvir a discografia desta banda.Destaco para além dos temas referidos anteriormente, Sound of Kuduro ,Candonga,Tira o pé,Aqui para você e Wawaba. 


    
João Rodrigo

segunda-feira, 24 de março de 2014

The War On Drugs - O regresso dos anos 80

Há momentos na vida em que retroceder e ver como as coisas eram feitas antigamente não representa nada de errado. Como em tudo, a música não foge a essa regra. Assim, o texto desta semana é destacado, e inteiramente merecido diga-se, aos The War on Drugs (com concerto já marcado no Optimus Alive dia 12 de Julho).
                Mas que tem isso a ver com antigamente? Perguntam. Tudo na verdade, se dedicarmos tempo a ouvi-los. A banda formou-se em 2005 em Filadélfia através do duo Adam Granduciel e Kurt Vile, esse mesmo que já veio e está de volta ao Paredes de Coura. Após ambos se terem mudado para a cidade recentemente, perceberam que as sonoridades que ouviam, essencialmente country rock, conjuntamente com as suas capacidades de escrita podiam resultar em algo. Depois do lançamento do 1º álbum, Wagonwheel Blues (2008), e respectiva tour, Kurt decidiu partir para apostar na carreira a solo. No meio de uma constante troca de membros lançam em 2011 o seu 2º álbum de estúdio, amplamente elogiado pela crítica e que os tornou conhecidos, denominado Slave Ambient.
                Chegamos à actualidade, a Lost In The Dream, ao antigamente. Com uma sonoridade estilo anos 70/80 mas sem grandes correrias para chegar ao objectivo, com calma acabamos por encontrar os pormenores que fazem de cada música uma pequena obra-prima. O nome do álbum, esse, podia ser uma metáfora para a capacidade de Adam de se manter fiel às décadas 70/80, perdido num sonho da sua música ideal. A verdade não está assim tão longe, o disco revela o perfeccionismo de Adam que, apesar de deixar mais do que nunca os restantes membros ajudarem a compor o disco, atrasou constantemente o processo de criação. Se ouvirmos com atenção conseguimos perceber porquê. Se ouvirmos com atenção conseguimos ouvir Bob Dylan ou mesmo Bruce Springsteen. Se, e só se, ouvirmos com atenção percebemos, através da letra e do ritmo, que não existe perfeição mas que isto é o mais próximo que havemos de chegar.
                Um verdadeiro tesouro para ser descoberto no Optimus Alive no que, e a fazer jus ao álbum, promete ser um dos concertos desta edição! É inovador? Não. Mas lá está, às vezes faz-nos bem recuperar o que existe de bom!

Sugestões (apesar de recomendar todo o álbum):




                

quinta-feira, 20 de março de 2014

Red Hot Chili Peppers - Os Leões "Chanfrados" do Rock

  Explodiram nos anos 90 depois de muitos acharem que os mesmos não passavam de uma mera brincadeira. Com base numa grande amizade aliada a um forte companheirismo, criaram um estilo completamente diferente e fresco, foi o início de uma revolução. Venderam álbuns aos milhões, deram concertos por todo o mundo, tiveram problemas com drogas, perderam pessoas queridas pelo meio, mas no final, tiveram uma carreira que dura até aos dias de hoje. Estes “Chanfrados” do Rock merecem a nossa homenagem esta semana, mas quem são eles? A resposta: Red Hot Chili Peppers.
   Anthony Keidis, Hillel Slovak e Michael “Flea” Balzary conheceram-se nos tempos de escola, onde criaram uma forte amizade, que com o tempo apenas se fortaleceu. Hillel começou a tocar guitarra quando fez 13 anos e ensinou Flea a tocar baixo, Flea que já era considerado um musico talentosíssimo a tocar trompete e que não gostava de Rock, até Hillel lhe mostrar Jimi Hendrix e Led Zeppelin. Após terminarem o liceu, ambos começam a trabalhar para formar uma banda, enquanto o seu mútuo amigo, Anthony estudava cinema, mas acabou por desistir, juntando-se aos seus amigos e ao baterista Jack Irons num concerto para formar os Red Hot Chili Peppers.
   Começaram a dar concertos e num concerto em especial, quando o público fazia a conhecida “encore”, eis que eles apareceram novamente... Com apenas uma meia a tapar os genitais. Levaram os fãs à loucura e passados apenas seis meses, após o “Show das Meias” assinaram contracto com uma editora.
   O primeiro álbum passa despercebido, mas o segundo, “Freaky Styley” e o terceiro “The Uplift Mofo Party Plan” já começam a ser levados em conta pelo público e embarcam em tour, que se tornaria fatal, pois levou a que os problemas que(já) existiam com drogas, piorassem e posteriormente Hillel Slovak que com Anthony Keidis lutava contra o vício em heroína, morre vítima de uma overdose.
   Os Red Hot param por uns tempos para pensarem no que seria dali para a frente e o baterista Jack Irons abandona o grupo, no entanto Flea e Anthony não queriam deixar morrer aquilo que tinham criado com Hillel e decidem portanto seguir em frente.
   Como guitarrista entra para a banda um jovem de 18 anos chamado John Frusciante, e para baterista foi escolhido Chad Smith, isto após mais de 30 audiências de bateristas, sendo Chad o ultimo e considerado o mais explosivo e ideal para a banda.
   Em 1989 lançam o disco “Mother's Milk” com músicas como “Johnny Kick a Hole in the Sky” ou “Knock Me Down” e é aqui que os Red Hot começam a ter realmente sucesso. Era mais um passo para conquistarem o mundo com o seu estilo único.
   Após uma tour de divulgação de “Mother's Milk” e já em 1992, é lançado o álbum “Blood, Sugar, Sex, Magik”. O disco é um sucesso entre o público e a nível comercial também, chegando a vender nada menos d que 19 milhões de cópias, sem dúvida algum, um dos seus maiores sucessos. Embarcar noutra tour e é aqui que as coisas pioram. O jovem guitarrista John Frusciante, não estava a lidar bem com a fama e a maneira de se apresentar em palco estava diferente, pois não parecia divertir-se nem tocar com gosto em público, o que juntamente com um problema com drogas, o fez sair da banda por iniciativa própria.
   Os Red Hot editaram um álbum com Dave Navarro(guitarrista dos Jane's Addiction) - “One Hot Minute” - um álbum mais melancólico e inspirado na morte de Kurt Cobain, que era amigo da banda e noutros problemas pelos quais a mesma passava.
Dave Navarro sai da banda em 1998 e eis que surge um regresso milagroso. John Frusciante que com a ajuda dos seus amigos e ex-companheiros de banda recuperou dos seus problemas com drogas e foi convidado para reintegrar a banda, preparando assim os maiores sucessos comerciais da banda.
Para marcar o retorno de Frusciante à banda, os Red Hot lançam um dos seus melhores álbuns: “Californication”. Esta álbum contém músicas excepcionais como “Scar Tissue”, “Californication”, “Otherside”, “Around The World” ou “Savior”. Esta álbum foi seguido por “By The Way” de 2002 e por “Stadium Arcadium”, um álbum duplo de material novo lançado em 2006 contendo grandes êxitos como “Dani California”, “Tell Me Baby” ou “Desecration Smile”. Após este álbum os Red Hot lançaram o álbum “I'm With You” novamente sem John Frusciante que foi substituído por Josh Klinghoffer.
  


Apesar de vários altos e baixos, os Red Hot Chili Peppers foram e são verdadeiros ícones e marcaram tal como outras bandas já aqui mencionadas, mas no entanto, foram os grandes “Chanfrados” do Rock e autênticos leões de palco, que mostraram que às vezes uma amizade pode ser a melhor coisa para que o sucesso se torne real. A nossa homenagem aos Red Hot Chili Peppers.

Bernardo Mascarenhas
  

terça-feira, 18 de março de 2014

Dan Croll - Mais uma boa voz inglesa

No texto desta semana distanciei-me um bocado nos nomes mais famosos, e decidi dar-vos a conhecer Dan Croll. Dan é um artista inglês proveniente de Newcastle que, ao contrário de muitos cantores, não encontrou a sua vocação de cantor por acaso. Frequentou o instituto de artes performativas de Liverpool, tendo nessa altura ganhando o prémio nacional de escrita de música.
Em 2012 lançou a primeira música, “From Nowhere”, digitalmente tendo recebido vários elogios e mantendo-se nos primeiros lugares dos tops. Por sua vez, em 2013 lançou a segunda, e aquela pela qual é mais conhecido, denominada “Compliment Your Soul”. Uma curiosidade engraçada é que a sua carreira passa muito pelos jogos de vídeo! Confuso? Na verdade um remix de “From Nowhere” fez parte da lista de músicas do jogo Grand Theft Auto V e “Compliment Your Soul” de FIFA14.
Por finais de 2013 começaram a surgir rumores do primeiro álbum que foram finalmente dissipados em Novembro com a informação que o álbum, chamado Sweet Disarray, iria ser lançado a 10 de Março de 2014. E que belo disco que é! Não sendo apenas mais um disco de indie, apesar de não ser inovador, é muitíssimo agradável ouvir a voz trabalhada (talvez com algum atrevimento, a fazer lembrar Michael Bublé) de Dan com a guitarra que ele mesmo toca. A capacidade de escrita nota-se em todas as músicas.
Resumindo, quem espera um disco complexo com dezenas de instrumentos desengane-se. Contudo, não sendo um disco de grammy e que provavelmente passará despercebido para a larga maioria dos ouvintes, é excelente para uma tarde de primavera/verão calma e, suponho eu, acho que como ouvintes não podemos pedir mais.
Sugestões, para além das duas acima referidas, sugiro “Home”, “Thinkin Aboutchu”, “Wanna Know” e “Only Ghost”.





Gonçalo Matos

sábado, 15 de março de 2014

Guns N' Roses - Os Fora da Lei do Rock & Roll

Já foram considerada a banda mais perigosa em palco, já venderam mais de 100 milhões de discos, e é dificil contabilizar o número de pessoas que assistiram aos seus estrondosos concertos. Marcaram o final da década de 80 quando o Glam-Rock dominava as tabelas de vendas. O seu estilo agressivo com o simples objectivo de subir ao palco e tocar Rock&Roll tornou-os verdadeiros icones da História.
Reinventaram o Rock com um som completamente diferente e um modo de vida muito abusivo fez desta banda uma autêntica lenda, levando a expressão “Sex, Drugs and Rock&Roll” ao limite, foi um milagre nenhum dos seus membros ter morrido, mas felizmente para nós, sobreviveram para contar a sua história(ou parte dela pelo menos).
Se ainda não perceberam de quem estou a falar eu revelo, pois a resposta é simples: Guns N' Roses.
Formados em Hollywood aquando da junção de duas bandas,”L.A. Guns”e os”Hollywood Rose”, formando-se assim os Guns N' Roses, com Axl Rose(vocalista), Saul Hudson também conhecido como Slash(guitarrista solo), Izzy Stradlin(guitarrista ritmo), Duff McKagan(baixista) e Steven Adler(baterista) completava a banda.
A vida dos Guns nunca foi fácil, vivendo em Los Angeles, Califórnia, sem editora e com poucos concertos na altura em bares, estes rapazes que tal como toda a gente, tenho vários tipos de necessidades, comida, casa, drogas, álcool e sexo. Para sobreviverem, os Guns chegaram a viver com strippers porque segundo diz Slash “Na altura todos tinhamos necessidades e as strippers eram as únicas capazes de as satisfazer”.
Tentaram fazer uma tour em Seattle, esta que ficou conhecida como a “Hell Tour”, isto porque a banda tentou ir actuar, mas a pouca audiencia e falta de pagamento levou a que a banda tivesse de vender o seu material para poder voltar para casa.
Má sorte, sem dúvida, mas esta não duraria muito tempo. Em 1986, os Guns N' Roses são vistos por agente da Geffen Records, que liga para David Geffen(o dono da editora) afirmando ter observado a banda que venderia mais album no mundo à excepção de Rolling Stones e Led Zeppelin, sendo contratados umas horas depois e seguindo para estúdio mal puderam.
Em 1987, os Guns N' Roses apresentam o seu album de estreia, “Appetite for Destruction”, que venderia cerca 18 milhões de cópias só nos Estados Unidos. A voz de Axl, os solos de Slash, as letras agressivas e potentes tornaram o disco, mítico, assim como os seus intérpretes.
“Welcome to the Jungle”, “Sweet Child O' Mine” ou “Paradise City” foram alguns dos hinos criados pelos Guns N' Roses, tornando-se eternos clássicos!
No entanto, foi uma questão de tempo até que os egos se elevassem, e que os tempos de “Roses”, se tornassem tempos agrestes, com os membros da banda a apontarem as “Guns” uns aos outros. Após a tour de “Appettite for Destruction“ e de terem lançado uma EP baseada numa sessão de estúdio bastante inspirada, os Guns fazem uma paragem longa, paragem essa que se tornou destructiva pois cada membro da banda, aprofundou os seus vícios, em parte por falta de ter concertos. Axl tinha desaparecido, Slash e Duff bebiam “Jack Daniels” como quem bebia água e o baterista Steven confrontou-se com um grave problema com drogas.
Em 1990, os Guns partem para estúdio para prepararem a sua obra mais complexa da sua discografia: “Use Your Illusion I&II”. Com as ideias de Axl a ganharem notoriedade, não que já não tivessem, o ego do vocalista torna-se cada vez maior. Steven é expulso da banda por causa dos seus problemas com drogas, sendo substituído por Matt Sorum e entrando o teclista Dizzy Reed(que juntamente com Axl, são os únicos membros originais na formação actual).
Neste álbum, canções como “Don't Cry”, “November Rain”, “Civil War” e “Estranged”, marcaram e destacaram a complexidade da produção do álbum, apesar de os membros da banda praticamente não se encontravam em estúdio e muitas das sessões serem combinadas por telefone.
Terminam o álbum e embarcam numa gigantesca tour que levou Izzy Stradlin a abandonar o grupo, gerou muita controvérsia por Axl não aparecer em muitos dos concertos e pelos abusos constantes da banda. Slash saiu da banda em 1996 e questão desde essa altura que está por se esclarecer para o público, sobre o que se terá passado e o que terá levado a uma das mais ilustres bandas a desfazer-se. O Duff e Matt, cansados do punho de ferro de Axl, saíram tal como Slash. Axl, que quis salvaguardar o nome “Guns N' Roses” levou mais de dez anos até lançar o álbum “Chinese Democracy”, que possui uma sonoridade completamente diferente dos álbuns anteriores, mas atitude e ego do vocalista continuam na mesma, infelizmente para os fãs que suspiram pelo regresso da formação da original, o que parece pouco provável.
Seja como for, os “Guns N' Roses” foram das bandas que mais marcaram a música no mundo e por isso, esta crónica(infelizmente atrasada peço desculpa) é uma espécie de homenagem a estes grandes músicos, os “Fora-da-lei” do Rock&Roll.

Bernardo Mascarenhas

sexta-feira, 14 de março de 2014

Rolling Stones

Todos nós, a certa altura da nossa vida, nos propomos a um desafio que tem muitos mais riscos que benefícios. O texto desta semana vai ao encontro disso, com a notícia esta semana que haveria a possibilidade de virem cá decidi retomar a ideia deste texto. Assim, o texto desta semana é dedicado aos The Rolling Stones! Uma banda que mesmo para quem não aprecia todos conhecemos pelo menos uma música. Contudo, que dizer de uma banda que cada membro daria para um texto por mérito próprio? Uma banda que está indiscutivelmente em qualquer discussão sobre a melhor banda de sempre? Uma banda que ajudou a reformular os Blues e o Rock? Ufff... Talvez começando do início…
Os Rolling Stones foram formados em 1962, baseados num reencontro entre Keith Richards e Mick Jagger, amigos de infância até o último se mudar. Antes dos Rolling Stones, conjuntamente com Dick Taylor, Alan Etherington e Bob Beckwith, já haviam formado os Blue Boys. Em Março do mesmo ano participam num concurso de Jazz onde se encontram com a banda Blues Incorporated, que era composta por muito do que seria a banda. Pouco depois Jagger, Richards e Taylor juntam-se a Brian Jones e Ian Stewart  (Charlie Woods juntar-se-ia em 1963), que haviam conhecido no concurso e acompanhado nos Chicago Blues (outra banda pré-stones), formando assim a base original dos Rolling Stones. Curiosamente a origem do nome é igual à da revista com o mesmo nome, que surgiu pela mesma altura. Ambas provêm da música “Rollin' Stone” de Muddy Waters.
                Com os primeiros concertos, onde tocavam Chicago Blues e covers, veio o reconhecimento e o primeiro agente. Andrew Oldham, curiosamente mais novo que qualquer membro da banda, foi o agente recomendado pelos clientes anteriores, nada mais nada menos que os Beatles! Entre as várias alterações, centrou a imagem dos Rolling Stones numa antítese dos Beatles e afastou Ian Stewart dos holofotes, apesar de se ter mantido como manager de digressão e pianista até à sua morte.
                Apesar dos concertos e primeiros álbuns serem constituídos largamente por covers com algumas músicas de Jagger e Richards a apoiar, em 1964 arrancam com a sua primeira tour pelos E.U.A, que se revelaria desastrosa. Valeu pela possibilidade de gravar em Chicago e conhecer pessoalmente muitas das influências, incluindo Muddy Waters.
                O ano de 1965 mostrar-se-ia muito melhor e o início da carreira como a conhecemos, mundial. Lançam dois LP, The Rolling Stones No.2 e Out Of Our Heads, e singles como “Satisfaction” e “Get out of my Cloud” que atingem o nº1 dos tops americanos e ingleses. Isto levaria ao abandono das covers e em 1966 estreiam-se com o primeiro álbum escrito inteiramente por Jagger e Richards, Aftermath, que inclui “Paint it, Black” e “Under My Thumb”.
                Com a década de 60 a acabar os problemas começaram a surgir. Apesar do lançamento de músicas como “Jumpin’ Jack Flash” e “Sympathy for the Devil”, relatos de incidentes com drogas chegam às primeiras páginas e Richards, Jagger e Jones acabam presos. A juntar a isso a troca de Oldham por Allen Klein como agente e em Julho de 1969 a trágica morte de Brian Jones, que seria substituído por Mick Taylor. Nesse mesmo ano lançam o álbum Let it Bleed que incluía “Gimme Shelter” e “You can’t always get what you want”.
                  A década de 70 trazia novamente mudanças. Acabam o contracto com Klein e começam a sua própria editora, a Rolling Stones Records. Para capa do primeiro álbum da editora pedem ajuda a Andy Warhol, surgindo aí o mundialmente reconhecido logo da língua de fora.
O álbum, Sticky Fingers, incluía entre outras a famosíssima “Brown Sugar”. Lançariam ainda na primeira metade da década um dos seus mais famosos álbuns, Exile on the main street, singles como “Angie” e veriam Mick Taylor abandonar após 5 anos na banda para ser substituído por Ronnie Wood. Porém, os problemas com drogas começavam a minar a amizade de Richards e Jagger bem como a banda em sí. Apesar de alguns sucessos como “Start me up” e uma prolongada e lucrativa digressão pelos E.U.A, as drogas e o surgimento do punk mostravam se oponentes de peso. Concentrado no projecto a solo, Jagger desligou-se da banda e a banda acumulou insucessos, para aquilo que se esperava da mesma, sendo preciso esperar até 1989 com o álbum Steel Wheels para surgir novamente uma digressão. Após isto a banda fez uma pausa e retomou a actividade com Voodoo Lounge em 1994. Após a edição de mais 3 álbuns eram cada vez mais as tours, com a presença em palco da banda e os hits colecionados ao longo dos anos que mantinham a chama dos Rolling Stones viva.
                Para comemorar os 50 anos de vida, a banda lança o best of GRRR! composto por 3 cd’s, dando um total de 50 músicas.
                Foi esta a vida, até agora, dos Rolling Stones. Baseada na excentricidade de Sir Mick Jagger, que apesar da rebeldia foi condecorado cavaleiro pela rainha de Inglaterra, pelo génio da guitarra que é Keith Richards apesar de todo o historial de drogas e sem dúvida pela capacidade dos fãs de acompanhar os Rolling Stones religiosamente ao longo destes anos todos. Para quem, como eu nunca teve a possibilidade de os ver, as recentes noticias que dão como certa a sua presença este verão, são ouro sobre azul. 
Sugestões? Muito ficou de fora, mas todas as músicas referencidas têm link e sugiro mesmo a discografia completa ou então o best-of. Um marco na história da música no fim, deste texto, fica um misto de dever cumprido mas que haveria muito mais para se contar.


Gonçalo Matos

                

quinta-feira, 13 de março de 2014

Royal Blood: os pequenos (grandes) monstros britânicos

Quando falamos em duplas musicais, que assentam apenas entre bateria e guitarra ou baixo, imediatamente nos lembramos de nomes como: The White Stripes, The Black Keys, Japandroids, Blood Red Shoes, Deap Valley entre outros.
À esquerda Mike Kerr (vocalista) e à direita Ben Thatcher (baterista)

Mike Kerr (baixista e vocalista) e Ben Thatcher (baterista) fazem os Royal Blood, um duo natural de Brighton, Inglaterra, que são já comparados pela sua sonoridade potente e pelo seu estilo blues e garage rock, aos míticos The White Stripes, de Jack e Meg White.

Em novembro de 2013 lançaram o seu primeiro single: “Out Of The Black”, juntamente com um tema b-side, chamado “Come On Over”. Mais recentemente, no dia 11 de fevereiro, lançaram o segundo single: “Little Monster”.

Apontados como uma das grandes promessas da nova música britânica, foram nomeados pela BBC para a lista de artistas que integram a BBC Sound of 2014, ao lado de artistas como Banks, Chance The Rapper, George Ezra, Sampha, entre outros.
A banda tem conquistado vários fãs, um deles é Matt Helders, que durante o concerto dos Arctic Monkeys no festival Glastonbury 2013 atuou com uma t-shirt alusiva aos Royal Blood. A cumplicidade existente entre as bandas é evidente e diz-se que Alex Turner e companhia apadrinharam de tal forma os Royal Blood, que os convidaram para abrir dois dos concertos que os Arctic Monkeys irão dar em Londres no Finsbury Park, no próximo mês de abril. Este evento junta ainda Miles Kane e Tame Impala.
Estão também já confirmados na edição 2014 dos festivais Reading e Leeds e decerto que passarão por muitos outros festivais internacionais.


Ainda não se conhece a data de lançamento do álbum de estreia deste duo britânico, mas é certo que estamos perante uma banda que promete agitar o universo musical.


Vídeo do primeiro single da banda



João Fernandes



quarta-feira, 12 de março de 2014

Jeff Buckley: a star gone too soon?

Esta semana, decidi prestar a devida homenagem a um grande artista dos anos 90 que, infelizmente, já não esta entre nós. Se me permitem, digo que Jeff Buckley, em muitos aspectos, se assemelha a Kurt Cobain. Ambos eram artistas que estavam a ter enorme sucesso, eram talentosos e sobretudo "good-looking" e que, tragicamente, morrem inesperadamente, deixando os fãs destroçados. Felizmente, a alma de Jeff Buckley continua presente nos nossos dias e realmente não consigo imaginar como seria o mundo se Jeff ainda existisse. 
Nasceu em Orange County , e denota-se que herdou a sua veia musical através do seu pai Tim Buckley que, na altura dos anos 70, era um eclético cantor de folk que morreu em 1975, vitima de overdose de drogas, Jeff dizia que o pai tinha tido uma vida complicada. Nunca passou muito tempo com ele, apenas com a sua mãe e o seu padrasto. Mais jovem, Jeff Buckley mudou-se para Manhattan onde começou a actuar em concertos intimistas ou também a lavar pratos num clube de folk. A voz herdada do seu pai, o seu "good-looking" e o seu sentido de humor, cedo o levaram a ter fãs e mais tarde a um contrato com a Columbia onde lá gravou o seu primeiro álbum de 4 musicas "Live at Sine", em 1993.
Nos seus concertos cantava, frequentemente, músicas de Leonard Cohen, Edtih Piaf e Van Morison. Em 1994, editou o seu único albúm de originais, o grandioso albúm "Grace" onde se destaca a música "Last Goodbye" ou "Hallelujah". Nos anos a seguir, Jeff participava nos albúns dos Jazz Passengers, John Zorn, Patti Smith, Rebecca Moore, Brenda Khan, Shudder to Think e Inger Lorre dos Nymphs. mas tambem em concertos sob alianças poderosas como Possessed dos Elves, Crackrobats, Smackrobiotic e Puppet Show Named Julio. Buckley estava em Memphis para preparar o seu segundo álbum que supostamente era para ser começado a gravar a 30 de Junho, já tinha preparado dezenas de musicas para gravar nesse albúm.
 Dizia-se que coisas estranhas se passavam quando Jeff abria a sua boca para cantar, num momento ele era um cantor com sonoridade de Blues e depois um cantor de Jazz cuja voz acrobática nos levava numa viagem entre cigarros e memórias do passado. A última coisa de que nos lembramos é a sua idade, tinha apenas 26 na altura. De facto, Jeff era um deus com um carisma, uma voz, e um talento na guitarra incríveis, aconselho vivamente que para quem ainda não conhece que oiçam as suas músicas. É um artista extraordinário e tenho a certeza que muito ficou ainda por escrever nas suas músicas e muito a transmitir ao mundo, que para ele era um Mundo ao qual ele não pertencia. 
Uma verdadeira estrela que morreu em 1997, quando nadava num lago com um amigo em Memphis, tendo morrido afogado e o seu corpo apenas foi encontrado dias mais tarde por um turista que passeava num barco. Jeff tinha 30 anos.

 "There are rhythm-and-blues singers who can match Mr. Buckley's technique, but most of them use their skills to portray love as a realm of simple, escapist sweetness. Mr. Buckley finds turbulence instead; in "Last Goodbye," his determination to break up crumbles when memories and passion overwhelm him, even though he knows better: "It makes me so angry, because I know that in time I'll only make you cry."" - in The New York Time, 26 de setembro de 1994

 "The one person who doesn't care for the talk is the source of it all. "The music business is the most childish business in the world," Mr. Buckley said one morning last month at a downtown bistro. "Nobody knows what they're selling or why, but they sell it if it works." Mr. Buckley, whose hair is cut in a short, modestly spiky buzz, pauses and shoots an intense stare out the window. "There was a woman outside who was talking to someone, and I was trying to guess from her eyes what she sounded like," he said softly. "You can tell everything from the eyes.""- in The New York Times, 24 de Setembro de 1993


Aqui ficam as sugestões:
Jeff Buckley - Hallelujah
Jeff Buckley - Lover, You Should've Come Over





Genésia Freitas

sábado, 8 de março de 2014

Metronomy : Uma miscelânia de estilos

     Eletrónica? Indie pop ? Indie rock ? Eletropop? Ou uma mistura de todos este géneros musicais ? Eis os Metronomy .
     Nascidos no seio de Londres ,no inicio do novo milénio, vieram dar uma lufada de ar fresco no panorama musical. Constituídos por Joseph Mount, Oscar Cash ,Anna Prior e Gbenga Adelekan, são neste momento uma das bandas mais interessantes e com um maior desenvolvimento no mundo da música.
    Criados por Mount ,estavam longe de prever todo o sucesso que vivem nos dias de hoje mas sempre revelaram " algo de diferente " ,na forma como perspetivavam a música e incluíam a eletrónica nas suas produções. Apesar da data da formação da banda , os seus trabalhos só surgiram a partir de 2005,com o lançamento do primeiro EP , e um ano mais tarde com o lançamento do primeiro álbum , Pip Paine (Pay The £5000 You Owe). Este trabalho foi bastante bem aceite por parte da crítica, pois constituía algo diferente, algo que nunca havia sido feito até então. Era constituído por faixas predominantemente instrumentais e foi bastante apreciada por grandes nomes da música como por exemplo os Franz Ferdinand ou os Klaxons ,que os convidaram para a produção de remixes dos seus temas.
    Apesar de constituída apenas por um membro , nesta altura ,Mount contava com a ajuda nos espetáculos ao vivo de dois músicos Gabriel Stabbing (saiu da banda em 2009 ) e Oscar Cash que posteriormente foram adicionados á banda.
    Chegou 2008 e com ele o trabalho que catapultou esta banda para o tão merecido reconhecimento internacional , Nights Out , sem dúvida um dos melhores álbuns da banda e provavelmente um dos melhores álbuns do ano. Talvez o álbum mais caracterizador da banda, devido á mistura de estilos presentes no álbum, que vão desde influências de David Bowie ao estilo mais contemporâneo da eletrónica. Trabalho este que vai desde o mais ínfimo detalhe preparado por Mount, conferindo lhe uma especificidade única, a mistura entre teclados, saxofones , e barulhos tão estranhos como de portas a bater, criam o estilo " Metronomy".
    Prevendo-se uma margem de progressão incrível, era enorme a espectativa para o próximo trabalho, eis que surge então em 2011 , English Riviera. Mostrando uns Metronomy muito mais maduros ,mas sem perder aquela mística que os tornou tão especiais deixou a crítica completamente rendida aos seus pés .Com o lançamento deste álbum juntaram-se á banda os dois últimos membros, Anna Prior, na bateria e Gbenga Adelekan , no baixo . Este álbum foi nomeado para o Mercury Prize de 2011 e foi considerado pela NME ,o segundo melhor trabalho do mesmo ano ,numa lista onde constavam 50 projetos.
     Está previsto o lançamento do sucessor de English Riviera, intitulado Love Letters para o dia 10 de Março deste ano, sendo já conhecida a composição do álbum.
    Os Metronomy visitaram recentemente o nosso país ,com um concerto em 2012 no festival Optimus Alive que foi considerado absolutamente memorável. Para quem não pôde presenciar a atuação destes 4 magníficos, eis que este ano surge outra oportunidade, pois está marcado nova atuação em solo português no festival Super Bock Super Rock no dia 17 de Julho.
     Apesar de recomendar , o leitor a ouvir toda a discografia da banda, destaco alguns temas :
    
- Radio Ladio
-Everything Goes My Way
-The Look
-The Bay
-A Thing For Me
-On Dancefloors
-Heartbreaker

João Rodrigo


  

quinta-feira, 6 de março de 2014

Oasis: De jovens rebeldes a jovens reis!

Abrir primeiro: http://www.youtube.com/watch?v=r8OipmKFDeM

Já foram chamados jovens selvagens do Rock&Roll, a relação entre os dois irmãos foi mais que vista pela comunicação social, birras e confusões assim como a criação de verdadeiros mitos musicais que ficaram para sempre na cabeça de quem os ouvia. Infelizmente já não existem enquanto banda, mas visto que o seu album de estreia celebra 20 anos, achem importante desta banda que foi uma autêntica “praga” nos 90. Tendo impulsionado muito o Britpop, acho que já devem saber de quem falo certo? A resposta é fácil: Oasis.
Naturais da cidade de Manchester, Inglaterra, os irmãos Gallagher tiveram uma infância um pouco perturbada assim como rebelde. Liam(vocalista) e Noel(guitarrista) confessaram ter feito uns pequenos furtos e pequenos actos de vândalismo, o que no caso de Noel, irmão mais velho de Liam, o levou a ficar muitas vezes fechado em casa e foi onde tudo começou. No tédio dos castigos, Noel pegou numa guitarra e aprendeu a tocar, estavam lançadas a raízes daquela que viria a ser uma das maiores bandas inglesas.
Noel que havia desistido de estudar e que trabalhava numa de companhia de gás, arranja emprego como técnico de guitarra da banda “Inspiral Carpets” e está longe de Manchester, do seu quotidiano com drogas e alcool e longe da sua familia. Na sua ausência, Liam ganhou interesse pela música e funda uma banda a qual chamou “Rain”.
Regressado de uma tour como técnico de guitarra, descobre que o seu irmão Liam havia formado uma banda, o que estranhou pois o mesmo nunca tinha demonstrado interesse pela música. Assiste a uma actuação da banda e um verdadeiro desastre, pois as coisas que Liam escrevia não prestavam.
Liam quase que implora ao irmão que entre na banda, acabando o mesmo por aceitar na condição de ser ele a escrever as músicas e a liderar a banda.
Assim, com Noel(guitarrista solo), Liam(vocalista) Paul Arthurs(Guitarrista ritmo), Paul McGuigan(baixista) e Tony McCarroll(baterista) estavam formados os Oasis. Alguns meses de ensaios e após actuações em clubes de Manchester, os Oasis tornam-se conhecidos na cidade.
Ao saberem da ida de um produtor a um concurso de bandas em Glasgow, os Oasis juntam dinheiro para rumarem à Escócia. Após quase não terem actuado devido a um desentendimento com o segurança e após um show arrebatador, os Oasis assinam um contrato com a Creation Records.
Já com editora e prontos para conquistar o mundo, os Oasis partem para a gravação do seu disco de estreia “Definitely Maybe” que contém grandes temas como “Live Forever”, “Supersonic”, “Shakermaker” e “Cigarretes and Alcohol”. Devido ao prefeccionismo de Noel, a banda gravou o album três vezes, sendo um grande sucesso e um dos melhores discos lançados em 1993.
Após uma tour e de regresso ao estúdio em 1995, os Oasis editam aquele que foi o seu melhor sucesso comercial e o 3º melhor do Reino Unido de sempre.
“Wonderwall”, “Don't Look Back In Anger”, “Some Might Say” e “Champagne Supernova” são algumas das canções mais conhecidas do album e que se tornaram verdadeiros hinos, numa era pós-
-grunge e onde o Britpop ganhava força em parte devido aos Oasis e à sua rivalidade com os Blur, aquando da saída de alguns singles por parte dos mesmos.
No seu trabalho discográfico e até ao seu fim em 2009/2010, os Oasis deixam uma vasta discografia de albuns, singles e milhões de discos vendidos em todo o mundo. “Be Here Now”e “Standing On The Shoulder Of Giants” foram os albuns que se seguiram, sendo o ultimo, considerado um dos melhores trabalhos de sempre na história da música.
Mas durante todos os anos dourados dos Oasis, a confusão reinou entre os irmãos Gallagher, discussões, birras e amuos fizeram parte do quotidiano da banda que viu várias vezes os seus componentes mudarem.
Em 2009 antes de um concerto, a banda estava descontraída nos bastidores, enquanto Liam tocava guitarra. Noel fez alguns comentários em relação à maneira como Liam tocava e eis que o mesmo, claramente ofendido com o que ouviu, atira a guitarra contra o irmão, partindo a mesma.
Furioso e cansado das atitudes do irmão mais novo, Noel sobe ao palco e faz uma revelação chocante para os fãs e para o mundo, dali para a frente ele(Noel) estava fora dos Oasis, aonde actualmente recusa regressar sem hesitar. Meses depois, já em 2010, Liam confirma o fim dos Oasis e cria com os restantes membros os Beady-Eye, enquanto que Noel se foca no seu projecto a solo: Noel Gallagher's High Flying Birds.
Vivendo Rock&Roll ao máximo com o seu lema “Cocaine, Cigarretes and Jack Daniels”, os Oasis marcaram um impacto brutal no mundo dá música e do Rock&Roll. Bateram recordes ao encherem estádios e protagonizaram situações muito bizarras ao longo do seu tempo de existência, no entanto, são autênticas lendas vivas, uma das melhores bandas lançadas pela invasão britânica, os Oasis marcaram e continuam a marcar uma geração!

Bernardo Mascarenhas

quarta-feira, 5 de março de 2014

A nova vaga inglesa

Todas as músicas e géneros musicais possuem uma ou mais influências, sem excepção, por muito pequena que seja. Não raras vezes assistimos a uma maior variedade de influências, principalmente dentro dos géneros eletrónicos (House, Drum & Bass, Trip-Hop etc).
Ora para quem gosta de música e, muito principalmente para quem tem estado atento, temos assistido ao surgimento de uma nova e talentosa vaga de artistas vindos do Reino Unido dentro deste género. Mas que influências possuem? Quem foram os reis do passado eletrónico britânico?
Tentando não ir muito longe, podemos estabelecer a década de 80 como aquela onde o estrondo começou. Com PetShop Boys e Depeche Mode à cabeça, começa se a introduzir o género dançante britânico no mainstream. Claro que outras bandas por essa altura surgiram mas é difícil não nos sentirmos tentados a distinguir estas duas de qualquer outra. Da década de 80 à 90 é um saltinho e é aí que a eletrónica surge e se instala por terras de sua majestade.
Quem é capaz de não reconhecer “Insomnia” dos grande Faithless? Ou “Firestarter” dos The Prodigy? Apenas para citar alguns. Gostando ou não do género é quase crime não reconhecer pelo menos dois ou três.
                Por esta altura começa até, dentro do género, começa a haver uma clara distinção entre o trip-hop (que surge por esta altura em Bristol) e o resto. Por um lado, nomes como Massive Attack, The Chemical Brothers ou mesmo Gorillaz deixam-se influenciar decisivamente na experimentação que ainda hoje assistimos em algumas bandas, veja-se Chase& Status, por exemplo.
                Por outro lado, temos as bandas mais “tradicionais” que acabaram por ser as que mais influenciaram tudo aquilo que conhecemos. Jamiroquai, Fatboy Slim ou Portishead , representaram, na década de 90, tudo aquilo que hoje atribuímos a Calvin Harris, Rudimental ou Disclosure. Estranho a década de 00 não estar aqui referida? Na verdade está e não está. Nenhuma banda inglesa, dentro do género, que tenha surgido nesse período se destacou. Assistimos mais a uma consolidação das bandas da década anterior que a projectos novos.
                Mas quem são os artistas que representam essa nova vaga inglesa? Alem dos 3 acima referidos, podemos distinguir Katy B, SBTRKT, Sam Smith ou Plan B, por exemplo. Curiosamente todos colaboram entre si e não raramente abrangem uma rara variedade de estilos.
                É a nova vaga que se instala e onde temos a impressão que ainda agora começou. Sugestões? Clica no nome dos artistas e vai directamente para uma música deles! ;)



Gonçalo Matos

terça-feira, 4 de março de 2014

O que é o Indie Rock?

Na crónica desta semana, após muito reflectir num tema actual e que fosse simples, eis que tropeço num tema que me tem vindo a suscitar uma certa curiosidade. Sendo assim, o tema desta semana é sobre as origens do Indie Rock e no que este estilo musical consiste.
Antes de mais vamos organizar ideias pegando pela palavra “Indie. Ora “Indie” por si só remete para independente. Ok, Indie significa independente. Mas o que tem a ver isso com o estilo de música? Pois bem, no que toca á questão musical o Indie aplica-se a todas as bandas, produtoras ou artistas que não têm contrato de publicação e distribuição e que lançam os seus projectos por conta própria.
Grupos de Rock como The Smiths, Sonic Youth, Dinosaur Jr e R.E.M. que cresceram num meio de gravações caseiras e de selos menores, mas que acabaram posteriormente anexados às grandes gravadoras. Bandas de garagem que sem o patrocínio de gigantes como a Universal, EMI, Sony e outras gravadoras, se lançavam por selos menores – SUB POP, Matador, Merge, entre outros. Não era uma questão de preferência ou género musical, apenas um método de distribuição/comercialização.
Agora que estamos de ideias organizadas vamos viajar um pouco no tempo, até aos anos 80 do séc.XX. Lembram-se desses anos? (Se calhar a maior parte de vocês não se lembra porque não eram nascidos) Mas mesmo que não te lembres ou não saibas o que é basta chegares ao pé do teu pai e pedir que ele te conte o que aconteceu realmente de tão importante nesses anos para a música. E decerto ele te dirá que esses anos foram o marco mais importante da história, onde se deu verdadeiramente o “BOOM” da música.
Tudo começou no Reino Unido quando começaram a aparecer imensas bandas que não se inseriam no “profile” das grandes indústrias musicais. Como na altura a Internet era todo um mundo ainda desconhecido para a divulgação das bandas, obviamente que os seus meios de promoção eram outros como os shows e os college radios (considerados como o berço do indie) através dos quais se ia passando a palavra de boca em boca.
Com a viragem do século e o aparecimento de cada vez mais bandas independentes, o outrora reduzido grupo de artistas independentes cresceu e alcançou o grande público. Como uma tentativa da imprensa e do próprio público em identificar a sonoridade da época – um resgate do rock de garagem do fim da década de 1970 com o pós-punk do começo dos anos 80 -, artistas como The Strokes, inicialmente apresentados por selos independentes foram classificados como Indies. Foi aqui que se passou a tentar encontrar e identificar uma sonoridade para defini-la como sendo do estilo Indie passando pelas guitarras aceleradas ou passando pelas variações do folk ao rock, do pop ao electrónico, basicamente com letras melancólicas e infantis, inserindo outros elementos além do rock básico de guitarra-baixo-bateria (cordas, elementos electrónicos, sopros, instrumentos vintage), revivalismo, pouca ousadia e quase nenhum experimentalismo.

Confuso não? Pois bem para resumir o Indie Rock é uma maneira de definir bandas de rock que não possuem influência de gravadoras ou quaisquer outro tipo de instituição que tenha poder sobre a originalidade das ideias da banda em questão.

Deixo também, como vem sendo habitual, as sugestões:
How soon is now?  The Smiths

Genésia Freitas