sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Entre(tanto),Sobre(tudo),Pratica(mente) - Eis Sam the Kid

      Samuel Martins Torres Santiago Mira. Para muitos um mero desconhecido,para outros Sam the Kid.
      Nascido em Marvila no décimo sétimo dia do mês de Julho no ano de 1979, Samuel é considerado hoje em dia um dos pais da cultura do Hip Hop em Portugal. Apesar de este movimento ser visto com bastante desconfiança por parte da sociedade portuguesa devido á sua origem e ao facto de ser relacionado com práticas de cariz duvidoso,Sam foi um dos maiores influenciadores para o recente sucesso deste género musical no nosso país.Este sucesso começa no inicio do novo milénio, ,em que para além de muitos outros rappers se destaca um "miúdo de Chelas " que surpreende tudo e todos com a maneira como brinca com as palavras e ao mesmo tempo consegue exprimir todos os sentimentos que passam pela cabeça do ser humano de uma forma melódica  e enfatizada. Rapidamente atinge um estatuto superior a todos os outros MC´s não com o lançamento do seu primeiro álbum Entre(tanto) ( surge em 1999 ,mas só em 2001 ganha nome no panorama do Hip Hop nacional ) mas sim com o seu projecto Beats Vol 1: Amor ,que se destacava de tudo o que havia sido feito até então.
     Baseado na história de amor vivida pelos pais do mesmo,depressa foi considerado pela crítica um dos melhores álbuns do ano,catapultando Sam the Kid para o panorama musical português.Gravado em casa ,desatacava se pela miscelânea de samples utilizados que foram desde chamadas telefónicas a telenovelas ,conferindo assim uma originalidade nunca antes presenciada.Após o sucesso alcançado com este seu trabalho e mais tarde com o seu primeiro álbum,Entre(tanto) que aquando do seu lançamento apenas era apreciado pelo dito "underground", rapidamente alcançou o protagonismo devido,com o lançamento de mais um álbum intitulado Sobre(tudo) e assinando contrato com uma editora, a recém criada Loop:Recordings. Este último álbum foi considerado um digno sucessor dos anteriores ,atingindo um grau de popularidade assinalável muito por culpa do seu single  Não percebes que teve grande destaque em rádios e canais de música portugueses. Este álbum foi considerado também pelo panorama do Hip Hop tuga como um dos modelos a seguir.
      Anos mais tarde surge o seu  último álbum até então,de seu nome Pratica(mente). Lançado em Dezembro de 2006,tinha como singles Poetas de Karaoke,Abstenção e Procura da perfeita repetição.  Este álbum foi o primeiro de Sam a ser gravado num estúdio ( todos os outros foram gravados na sua própria casa,o que diz e muito do seu talento). Contou com a presença de vários colegas e amigos como Dj Cruzfader,Valete,Nbc ,entre outros.Foi certificado pela Associação Fonográfica Portuguesa como disco de ouro devido as suas 10 mil cópias vendidas em território nacional.   
    Para além do seu projecto no rap Nacional ,é também um membro da banda Orelha Negra que muito sucesso tem alcançado nos últimos tempos e tem dedicado a sua carreira como produtor de muitos projectos recentes sendo um dos mais requisitados e conceituados neste campo. Um músico em todo o seu esplendor portanto.
    Apesar de os praticantes deste género musical assim como os seus admiradores,serem uma minoria e não terem muitas vezes o protagonismo de outros géneros ,Samuel Mira veio alterar em certa maneira as coisas.Acusando no seu hit, Não percebes os portugueses de não perceberem o Hip Hop este tornou -o muito mais apelativo e aclamativo para os seus ouvintes.
   Ainda hoje , não temos resposta para a pergunta do jornalista na música Juventude (é mentalidade): "Até que idade tenciona Sam,continuar a ser The Kid ? " Bem nós não sabemos mas depositamos toda a nossa esperança em que seja para a eternidade.

Músicas sugeridas:
-Juventude (é Mentalidade)
-Retrospectiva de um Amor profundo
-Á procura da perfeita repetição
-Não percebes
-Poetas de Karaoke

João Rodrigo




















quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O fenómeno: Arctic Monkeys

Foi há aproximadamente doze anos que quatro adolescentes britânicos, naturais de Sheffield, mais concretamente do subúrbio de High Green, criaram uma das mais importantes bandas de Indie Rock de sempre, os Arctic Monkeys, que se juntaram a uma geração de nomes como Bloc Party, The Libertines, Franz Ferdinand, The White Stripes ou The Strokes.

Datava o ano de 2001, mais concretamente na época natalícia, quando os dois vizinhos Alex Turner e Jamie Cook são presenteados com duas guitarras elétricas. O passo seguinte seria encontrar os restantes membros do grupo, capazes de formar uma banda. Alex Turner assume o papel de guitarrista, liricista e vocalista do grupo, fruto da sua desde sempre, facilidade com as letras e palavras, enquanto Jamie Cook se encarrega também ele da guitarra. Os restantes membros seriam Andy Nicholson, que assumiu o papel de baixista e Matthew Helders, que com raízes musicais assenta no papel de baterista, por ser o único instrumento que restava.  

Os quatro jovens gravaram dois EP’s,”Five Minutes With Arctic Monkeys” (2005) e “Who The Fuck Are Arctic Monkeys?” (2006), donde se destacam importantes faixas como “Fake Tales of San Francisco”, “From the Ritz to The Rubble”, ou “The View From The Afternoon”, que depressa se tornam hits entre os amigos e público, que os segue nos vários gigs entre Pubs e Clubes locais. Os fãs, sem o conhecimento da banda, criam um perfil no Myspace, onde colocam as faixas dos dois EP’s, aumentando assim a notoriedade dos Arctic Monkeys, que ainda sem editora, se tornam um fenómeno no Reino Unido e colocam a cidade de Sheffield no mapa musical.
A banda no ano de 2005, quando ainda contava com o baixista Andy Nicholson.

A 23 de janeiro de 2006, a banda lança o seu álbum de estreia: Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not pela editora Domino Records. Com letras fortes e dançáveis que ilustram as noites vividas pelos jovens e amigos nos vários pubs de Sheffiled, surgem temas como “I Bet You Look Good On The Dancefloor”, “When The Sun Goes Down”, singles que alcançam o número um do Top Britânico. O álbum quebra recordes e torna-se no disco que mais rapidamente foi vendido no Reino Unido, alcançando as 360 mil cópias, apenas na sua primeira semana de vendas. Fruto deste grande sucesso de vendas, a banda vence o seu primeiro grande galardão, o cobiçado Mercury Prize, onde conseguiram levar a melhor sobre bandas como Muse, Editors ou artistas como Thom York e Richard Hawley, vencendo ainda outros prémios e nomeações da imprensa britânica e imprensa internacional. Ainda nesse ano, iniciam a sua primeira digressão internacional pela Europa, tocando nos principais palcos de festivais como T in The Park, Reading/Leeds, ou Oxegen. No dia 18 de maio estreiam-se em Portugal, mais concretamente na antiga discoteca Paradise Garage, num concerto esgotado e bastante intenso que marca o fim da tour europeia e se destaca por ser o último concerto de Andy Nicholson, que alegando fadiga abandona a banda. Nick O’Malley sucede a Nicholson, e segue com a banda para primeira digressão pelos EUA.

No ano seguinte, lançam o segundo álbum “Favourite Worst Nightmare” (2007) que contou com a produção de James Ford, músico dos Simiam Mobile Disco e que depressa se torna disco de ouro e platina em vários países. “Brianstorm”, a primeira música e primeiro single deste segundo registo, carateriza-se por ter um forte riff de guitarra e por uma portentosa interpretação vocal de Alex Turner. “Teddy Picker” e “Fluorescent Adolescent” (escrita a meias com uma namorada de Turner na época) ilustram a simplicidade que carateriza o grupo de jovens ainda na casa dos vinte e poucos anos. Também nomeado para o Mercury Prize de 2007, acabou por não o vencer, mas ainda assim alcançou um Brit Award na categoria de melhor álbum britânico do ano. Ainda nesse ano, destaque para a presença da banda pela segunda vez em Portugal num Coliseu dos Recreios repleto, com uma plateia incansável e para a presença como cabeça de cartaz no festival de Glastonbury, onde tocaram para uma pateia intensa e que brindaram com a interpretação do tema “505” com a participação de Miles Kane, amigo pessoal de Alex Turner e antigo vocalista do grupo britânico, The Rascals. A colaboração entre os dois amigos dá aso à criação do projeto The Last Shadow Puppets. Temas como “Standing Next To Me”, “My Mistakes Were Made For You” e “Meeting Place” ilustram e destacam a enorme capacidade de Alex Turner em escrever e interpretar músicas. “The Age of The Understatement é o nome do registo discográfico lançado também pela Domino Records em 2008.
Em 2008, Alex Turner e o amigo Miles Kane criaram os The Last Shadow Puppets.
Sem tempo para grandes paragens ou férias, Alex Turner e os restantes membros dos Monkeys voltam imediatamente ao estúdio e lançam o seu terceiro trabalho de originais, Humbug (2009) que tem a particularidade de romper com o estilo de Rock praticado até então, soando mais a um rock psicadélico e talvez por isso, tenha sido o momento de viragem da banda, que a muitos desagradou. É também neste disco que se começa a notar uma forte influência de Josh Homme, uma vez que para além de colaborar numa das faixas, dividiu a produção do disco com James Ford. Alison Mosshart, vocalista dos The Kills deixou também o seu nome na lista de colaborações ao ajudar Alex Turner a escrever a faixa “Fire and the Thud”. Trabalhando sempre sob o selo da mesma editora, provam que é em “Crying Lightning” que o uso de guitarras com distorção é evidente. Mas que ao mesmo tempo conseguem fazer baladas, sendo o caso de “Cornerstone”, segundo single do álbum. O desagrado de alguns dos fãs foi evidente, que pediam um regresso ao estilo de música praticado anteriormente e que catapultou a banda para os tops musicais e para as bocas de todo o mundo. Apesar de não agradar a todos, a banda alegou que cresceu e que dificilmente voltaria a soar ao nível dos anteriores álbuns. Iniciando a promoção de Humbug” a banda toca em vários festivais da Europa, dos Estados Unidos e em 2010 toca pela terceira vez em Portugal, desta feita no Campo Pequeno, onde os aguardava uma sala lotada e onde os novos temas foram o ingrediente principal. O público português provou que em nada estranhou a mudança e acolheu os novos temas dos Arctic Monkeys com um grande entusiasmo.
Com o lançamento do seu terceiro disco: "Humbug", a banda alterou a sua sonoridade, levando ao desagrado por parte de alguns dos fãs.
Quando se fala nesta banda e na sua história, fala-se em Alex Turner classificado como um dos maiores compositores da sua geração. Tendo afirmado em entrevistas que se não tivesse seguido a carreira de músico, que certamente seguiria na faculdade o estudo da sua língua materna. Em 2011 demonstra uma vez mais que é no papel de liricista que se sente mais à vontade, lança a banda de sonora do filme “Submarine”, a primeira longa-metragem de Richard Ayoade, realizador de vários videoclips dos Arctic Monkeys, como é o caso de “Fluorescent Adolescent” e do DVD que a banda lançou em 2008 “Live at The Apollo”. “Pilledriver Waltz” é um dos principais temas desta interessante banda sonora, que ilustra uma divertida história de amor entre dois jovens.

Em junho de 2011, chega às lojas Suck It and See”, quarto trabalho da banda, desta feita gravado no mítico estúdio, Sound City (hoje extinto) na California e onde bandas como Nirvana, Queens of The Stone Age, Foo Fighters gravaram alguns dos seus principais discos. Sendo uma continuação do novo estilo dos Arctic Monkeys, o título do disco levantou alguma contestação por parte de algumas lojas discográficas americanas que colocaram um adesivo sobre o título do álbum, como forma de censura. Os membros da banda defenderam que não existia qualquer conotação sexual com o título e apesar de alguma discórdia por parte das várias entidades discográficas decidiram mantê-lo. “Brick by Brick”, “Don’t Sit Down Cause I’ve Moved Your Chair”, ou “Library Pictures” mostram um disco bem-disposto e classificam-se por serem faixas de certa forma aceleradas, que contrastam com “The Hellcat Spangled Shalalala” onde o ritmo mais lento e delicado, nos mostra uma constante alternância de estilos. O álbum foi bem acolhido pela crítica, tendo sido vendidas cerca de 154 mil cópias na primeira semana em todo o mundo, ainda assim longe dos tempos áureos de 2006 e 2007. A banda inicia a digressão de promoção do álbum e toca nos festivais britânicos de T in The Park, Reading/Leeds, Rock en Seine em França, Lollapalooza em Chicago, entre muitos outros. Também por cá passaram em julho de 2011, estreando-se pela primeira vez num contexto de festival, neste caso no Super Bock Super Rock, onde foram cabeças de cartaz da noite de 18 de Julho, lotando a Herdade do Cabeço da Flauta. Um concerto intenso, marcado por uns Arctic Monkeys competentes e onde a banda provou que cada vez mais, possui uma enorme legião de fãs no nosso país, esgotando qualquer sala ou recinto onde atua.

Quando em 2012 a música “R U Mine?” foi divulgada, muito se especulou sobre o novo trabalho dos Arctic Monkeys e para quando ocorreria o lançamento do novo registo. O ano de 2013 inicia-se e a especulação em torno de este tema aumenta de intensidade, com a marcação das primeiras datas em festivais. Em junho é divulgado aquele que seria apontado como o segundo single: “Do I Wanna Know”, que alcança um gigantesco sucesso, tornando-se para muitos como um chamamento para os Arctic Monkeys e para a sua música. No mesmo mês e seis anos depois, regressam ao festival de Glastonbury e novamente como cabeças de cartaz, num concerto brilhante que contou com um alinhamento onde os hits “A Certain Romance” e “Mardy Bum” voltaram a ser tocados e onde o público fez questão de expressar o excelente momento que a banda atravessa, provocando verdadeiras coreografias que facilmente nos fariam lembrar os importantes derbies do universo futebolístico. Um mês depois e à semelhança de 2011, Portugal recebe pela quinta vez a visita da banda que assume novamente o papel de cabeça de cartaz da primeira noite do festival Super Bock Super Rock. Esta foi talvez uma das melhores atuações dos Arctic Monkeys no nosso país, muito por culpa de Alex Turner, que deixou de ser o rapaz tímido de Sheffield que em tempos se limitava apenas a cumprimentar o público e a agradecer, e que hoje em dia se tornou numa das principais figuras do novo rock e um verdadeiro entertainer, dançando e saudando as várias plateias por onde o grupo tem passado. Vivendo atualmente em Los Angeles, os quatro membros da banda lançam o registo AM no dia 6 de Setembro de 2013 e afirmam que este álbum se distingue dos restantes por ter um registo mais dançável, opinião também partilhada por Josh Homme, amigo pessoal da banda que inclusive colaborou num dos temas do álbum: “Knee Socks”.
Sendo os seus principais singles: “R U Mine”, “Do I Wanna Know”, “Why’d You Only Call Me When Your’re High?”, “One for the Road”, o álbum foi bastante bem acolhido chegando mesmo ao número um de vendas, em diversos países.
Com o lançamento de "AM", quinto álbum, a banda mostra estar num dos seus melhores momentos de carreira.

Vencedores de dois Brit Awards na categoria de banda britânica do ano e álbum do ano, pela terceira vez e vencedores de cinco galardões dos prémios NME, os rapazes de Sheffield são acusados por muitos, de se terem convertido à cultura americana, mas muito apreciados por um outro público, um público novo que os vê como uma das bandas mais interessantes e fenomenais do momento.

Nós por cá, resta-nos aguardar ansiosamente pela sua presença já confirmada, na edição 2014 do Optimus Alive, onde se irão estrear e no papel de cabeças de cartaz.

Texto de João Fernandes

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

The Doors - O Mito de uma Geração

Antes de começar a leitura, cliquem neste link. "Ouvidos Bem Abertos"!
 http://www.youtube.com/watch?v=Ww-qVcLm97c

“Common' baby light my fire...”, soa-vos familiar? Acredito que sim, “Light My Fire” foi apenas uma de muitas e lendárias canções interpretadas pelo “Rei Lagarto” - Jim Morrison - pelo grande guitarrista(apesar de muitas vezes esquecido quando se fala de músicos influentes) - Robby Krieger – o teclista altamente dotado e que tornaria as canções mais que inconfundiveis - Ray Manzarek – e pelo enorme baterista que influenciou sem duvida os bateristas que apareceram a seguir a si – John Densmore – nome da banda a que me refiro? A resposta é simples: The Doors.
Mas o que tem de especial esta banda dos anos 60? Tem muito de especial, e penso que dizer apenas isso, é pouco.
Um baterista baseado no Jazz, um teclista que se influenciou muito no Chicago Blues, um guitarrista pioneiro no “slide”(que na sua época não era mais que um gargalo de uma garrafa) e com solos fantasticos, sem usar palhetas, apenas dedilhando e finalmente um vocalista e frontman, para muitos considerado o melhor na sua função de liderar a banda em palco e com uma voz inconfundível.
De onde surgiu esta banda mítica? De onde veio este “Mito de uma Geração”? Como é que 4 rapazes de 20 e poucos anos influenciaram a sociedade que sempre foi marcada por contrastes como os E.U.A?
Os “Doors” nascem quando Jim, se ausenta uns meses após desistir de estudar cinema em UCLA(Universidade da Califórnia em Los Angeles), voltando para a California, encontra Ray e conta ao mesmo o que tem andado a fazer. Jim escrevera, pensara e imaginara todo um concerto na sua cabeça, e a primeira música que mostra ao seu amigo Ray é “Moonlight Drive” e uns meses depois, juntamente com John e Robby, em Los Angeles, California, nascem os Doors.
Começam por escrever canções(na altura, todas escritas por Jim e eram essencialmente poemas para a sua eterna amada Pamela Morrison) como “Break On Through(To the Other Side)”. Mas a complexidade das letras, assim como a estranheza dos temas, deixava os restantes membros da banda um pouco reticentes. Jim pede que todos escrevam uma canção para o ensaio seguinte, mas apenas Robby faz os “trabalhos de casa”. Com a sua guitarra e uma melodia suave nasce então, “Light My Fire”.
Começam a tocar em bares e também a dar nas vistas, e numa actuação fascinante no “Whisky a Go Go”(casa que lançou bandas que falaremos noutras crónicas), depois de tocarem a canção “The End”, são despedidos literalmente à pancada pelo dono do clube, mas momentos após serem “despejados”, os Doors são recrutados por Jack Holzman, dono da Elektra Records e com o produtor Paul Rothchild, gravam e editam em apenas 6 dias o seu primeiro álbum intitulado apenas: “The Doors”.
Muito se fala e especula em relação aos Doors, mas em especial devido à vida de Morrison. Uma vida marcada pelo excessivo consumo de alcóol e de substâncias que, segundo o mesmo, servia para auxiliar a banda que, através da música, chegaria ao outro lado tal como na canção “Break On Through”.
Uma banda dotada de talento, um vocalista fantástico, um frontman que a muitos faz inveja, escândalos relacionados com a polícia, um incitador nato que fez mover a sua geração gerando rebeliões, sendo por muitos visto com um inimigo público e por outros uma espécie de Messias, para mim, um verdadeiro poeta, um ícone, um deus do Rock&Roll!
Infelizmente, em 1971, após anos de consumos elevados e muito Rock&Roll, Morrison com apenas 27 anos falece em Paris. Faleceu depois de dois outros membros do infelizmente conhecido “Clube dos 27”: Jimi Hendrix e Jannis Joplin.
Para trás, deixou a sua amada Pam, muita poesia e músicas fantásticas que criou com os seus companheiros.Os Doors, sem dúvida alguma, um Mito de uma Geração!

Sugestões:
-Light My Fire;
-The End;
-Ghost Song;
-Roadhouse Blues;
-Break On Through(To the Otherside)
e muitas mais!!

Outras sugestões:
- Documentário “When You're Strange”(2010)
- Filme “The Doors – O Mito de uma Geração”(1991)


                                                                                              Bernardo Mascarenhas

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

London Grammar

London Grammar. Quem são?, pergunta. Pois bem, London Grammar são Hannah Reid (vocais), Dan Rothman (Guitarra) e Dominic “Dot” Major (Teclados e Percussão). Um trio inglês que se tem vindo a notar nos últimos meses, muito por causa da portentosa voz de Hannah, mas já lá vamos.
            Fizeram se notar com o primeiro EP “Metal & Dust” lançado em Fevereiro, de onde surgiu a extraordinária “Wasting My Young Years”, alcançando o top 5 de Itunes na Austrália e um lugar no top inglês. Uma colaboração com Disclosure no seu álbum sensação “Settle” decerto ajudou na sua divulgação, mas o lançamento do primeiro álbum “If You Wait” quebrou todas as expectativas, proporcionando uma merecida nomeação para melhor revelação nos prémios britânicos de música de 2014.
            Assente na belíssima e poderosa voz de Hannah, comparada muito justamente com Lana Del Rey, e no ora calmo ora ritmático Dominic Major, o álbum é uma escalda intensa de sentimento atingindo o seu apogeu em “Strong”. Curiosamente esse mesmo apogeu acontece a meio do álbum, não necessariamente por deixar de ser um CD descrevendo aquilo que só pudemos pensar como uma relação amorosa mas sim porque essa faixa representa uma singularidade. Apesar de toda a genialidade do álbum, é a faixa onde mais sobressai a qualidade e alcance de voz de Hannah, que parece funcionar ainda melhor quando apenas apoiada em piano. Até e, principalmente, a partir daí é uma dança calma e contagiante fortemente apoiada na percussão e batidas electrónicas quase despercebidas até “If You Wait”, a ultima faixa, que recupera novamente a relação de Hannah com o piano.
            Esquecendo um pouco as comparações óbvias com Lana Del Rey e Florence Welch, este é sem dúvida um álbum capaz de agradar a todos, seja em modo mais relaxado através “Wasting My Young Tears” ou mais animado como “Flickers”. Uma surpresa bastante agradável que com tempo dará certamente que falar.
“If you wait, I will trust in time we will meet again” afirma Hannah e nós, seja num novo álbum ou num muito ansiado concerto, mal podemos esperar.

Músicas sugeridas:


Gonçalo Matos



segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

1ª Crónica do dia com The Neighbourhood

Os The Neighbourhood (ou The NBHD ) são uma das mais recentes bandas de Rock Alternativo ou Indie Rock em clara ascensão.
O seu início de percurso, enquanto banda, foi no mínimo bastante caricato, mas na minha opinião, original. Tudo começou em 2012, quando a banda surgiu anonimamente na internet. Quero com isto dizer, que a banda por e simplesmente lançou um single de estilo melancólico, “Female Robbery”, e não deram quaisquer informações biográficas ou fotos que pudessem revelar a sua identidade. Considerando isto como uma bela estratégia de marketing, o que interessa é que a banda conseguiu despertar o interesse dos fãs e da imprensa que quase imediatamente embarcou numa procura agressiva pela autoria daquele single. Começaram a surgir peças para o puzzle e quando se dá por isso… Bam!
Os The Neighbourhood eram então oriundos da Califórnia (apesar do nome ser sugestivo de serem de origem Britânica) e constituídos por Jesse Rutherford (vocais), Jeremy Freedman e Zach Abels (guitarristas), Mikey Margott (baixista) e o mais recente baterista Brandon Fried.
Em Maio de 2012 lançam o EP “I’m Sorry” na qual fazem parte os singles “Sweather Weather” (lançado entretanto) e “Female Robbery”. Não obstante o sucesso que começava a surgir, principalmente pelo single “Sweather Weather”, o grupo lança o seu primeiro albúm em Abril de 2013,“ I love you”.
“I love you” veio para marcar posição, na medida em que é um álbum transformativo. E como em tudo, há quem goste e quem não goste. O álbum evoca uma combinação de instrumentos de Rock com vertentes do R&B e Hip-Hop, tornando-se num álbum bastante agradável de se ouvir. Para além disso, a banda tem um estilo muito próprio. Fãs das cores neutras como podemos ver em vídeos das suas actuações ou nas capas do seu álbum e EP, em concordância com o estilo calmo de Jesse quando está em palco.
Pouco a pouco, os The Neighbourhood vão alcançando a sua fama não só atuando no Festival Coachella o ano passado e tendo sido banda de abertura na tour dos Imagine Dragons mas também alcançando boas posições com os seus singles nos tops Mundiais.
Agora é esperar que esse sucesso alcance Portugal com um concerto, o que não deverá de tardar.


 Duas sugestões de músicas para quem se sentir curioso em conhecer a banda: